Solidariedade falou mais alto do que a discriminação e a exclusão

A IX Cimeira das Américas, da qual os EUA excluíram Cuba, Venezuela e Nicarágua, e a Cimeira dos Povos, de solidariedade com esses países, decorreram na semana passada em Los Angeles.

«Solidariedade esteve presente onde não foi convidada, onde a não queriam»

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, exaltou a solidariedade internacional com o seu país, manifestada amplamente na Cimeira dos Povos realizada de forma paralela com a IX Cimeira das Américas.

«Os povos, que fizeram a cimeira em que nos quiseram impedir de participar, e também os governos dignos que falaram por nós, conseguiram que a IX Cimeira das Américas não fosse o que os seus organizadores pretendiam», afirmou.

Días-Canel sublinhou que «a solidariedade esteve presente onde não foi convidada, onde a não queriam». Resumiu assim as incontáveis mostras de apoio de governantes e activistas sociais durante os dois eventos que tiveram lugar na cidade de Los Angeles.

Para a reunião dos chefes de Estado, nos dias 9 e 10, o governo dos Estados Unidos da América, o seu anfitrião, decidiu unilateralmente não convidar Cuba, Nicarágua e Venezuela, o que gerou a rejeição da maioria dos governantes da região, que consideraram esse gesto excludente e discriminatório.

Tão-pouco puderam assistir à Cimeira dos Povos os representantes de organizações e movimentos sociais cubanos, a quem as autoridades de Washington levantaram dificuldades na concessão de vistos. Ainda assim, estiveram presentes em vídeo-conferências, nas quais denunciaram os efeitos nefastos do bloqueio comercial e económico dos EUA, desde há mais de 60 anos, sobre os habitantes da ilha.

Numa mensagem audiovisual enviada à Cimeira dos Povos, Díaz-Canel considerou que a solidariedade não é só um princípio inseparável da prática revolucionária mas a arma mais formidável para quem confia no poder das massas.

Marcha em Los Angeles

A Cimeira dos Povos terminou com uma grande manifestação até ao Centro de Convenções de Los Angeles, para protestar contra a exclusão de países e povos e repudiar o imperialismo norte-americano.

Durante a marcha pelas ruas da segunda cidade mais povoada dos EUA, até à sede da IX Cimeira das Américas, os manifestantes empunharam bandeiras e cartazes e entoaram em coro palavras de solidariedade e apoio a Cuba, Venezuela e Nicarágua, países excluídos por Washington da reunião continental.

Outro momento importante ocorreu no dia 10, quando activistas norte-americanos entregaram uma carta à entrada do Centro de Convenções. Basta de sanções, exclusões e bloqueios, exigiram na missiva, rechaçando o que denominaram a cimeira da exclusão e criticando a posição da administração democrata de impedir a presença na reunião hemisférica de países que não encaixam nos padrões que Washington procura impor.

Mais de 200 movimentos sociais e organizações progressistas dos EUA participaram na Cimeira dos Povos, que teve como eixo principal a integração regional e a unidade dos povos.

 



Mais artigos de: Internacional

BRICS fortalecem cooperação

Os BRICS acordaram em fortalecer a cooperação em sistemas multilaterais de comércio e em sectores como economia digital, investimentos, desenvolvimento sustentável e estabilidade da cadeia de abastecimentos.

Forças progressistas da Colômbia podem chegar à presidência do país

As forças alternativas e de esquerda na Colômbia têm possibilidades reais de, pela primeira vez, chegarem à presidência do país sul-americano, através de um triunfo do Pacto Histórico na segunda volta das eleições presidenciais, no próximo domingo, 19. A uma semana da ida às urnas, esta coligação – integrada por...

Venezuela reforça relações com Turquia, Argélia e Irão

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, efectuou na semana passada um périplo internacional com o objectivo de fortalecer as relações de cooperação nos planos político e económico com aliados estratégicos em diferentes continentes. Visitou primeiro a Turquia, onde manteve conversações com...

Fracassou no Sudão diálogo com golpistas

No Sudão, foram «suspensas por tempo indefinido» as negociações com vista a uma solução para a crise política no país. O processo era dirigido por um mecanismo tripartido, formado pela Missão de Assistência para a Transição, das Nações Unidas, a União Africana e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento,...