Musk, Twitter & Companhia
Está em curso há um mês a transformação da «rede social» Twitter, dita «SMS da Internet», de textos curtos, listas de seguidores e acesso a outras redes e recursos, com cerca de 285 milhões de utilizadores - na Meta, Facebook, WhatsApp e Instagram, são 3600 milhões -, mas de larga influência pelo «peso» de «decisores», jornalistas e «notáveis» envolvidos. Este processo decorre após a aquisição da empresa por 40 mil Milhões de €uros por Elon Musk, o figurão mais rico do mundo (no ranking de antes de umas perdas na bolsa), dono da Tesla, SpaceX, Neuralink. etc., que diz ser «meio democrata meio republicano» e que sempre financiou os seus candidatos, e a quem chamam «filantropo», como a Soros e a outros seus amigos (Gates, Zuckerberg), mas que se destacam pela auto-promoção e pela intervenção nas «modernas» ofensivas do imperialismo, na Bolívia, no Brasil, na Ucrânia...
O projecto de Musk para o Twitter é o da «liberdade de expressão», que neste caso estaria em «avaria». É o projecto de quem se define como um «absolutista do discurso livre» (sic), menos «rótulos», «controlo de conteúdos» no mínimo, «moderação frouxa», «personalização pelo utilizador», tudo conforme o «moderno» (neo-)liberalismo, e cujo resultado será mais negacionismo, discurso do ódio e «fake news», mais utilizadores e receitas de publicidade e lucros em alta. Politicamente, mais proximidade a um Trump não suspenso das redes, à QAnon e à extrema direita, nos USA e na área de domínio quase global das «redes sociais», de propriedade dos mais ricos do mundo, os senhores de Silicon Valley.
O caminho das multinacionais das «redes sociais» fica assim ainda mais evidente, no quadro de agravamento da crise do sistema - aprofundar a exploração, a concentração e centralização de capitais, atacar a liberdade de informação e de imprensa e os conteúdos mais avançados da democracia, empurrar o mundo cada vez mais para a submissão aos seus interesses. É ver como Google e FaceBook (boa companhia para Musk!) foram pioneiros - Biden e von der Leyen seguiram depois o mesmo caminho antidemocrático - na censura às redes e média da Federação Russa nesta guerra e na provocação aos que não se conformam com o «pensamento único» e lutam pela Paz.
É impreterível a denúncia e a luta.