Anticomunismo visceral
Certos comentadores de serviço (ao serviço dos média do grande capital, é claro), vão proferindo declarações em que, para atingir os seus objectivos anticomunistas, procuram fazer passar a ideia de que estão preocupados com o futuro do PCP, que – garantem – se não mudar de vida (que é o mesmo que dizer, de princípios), caminha inexoravelmente para o fim.
Entre tantos outros, foi o caso de Marques Mendes (MM), na sua «prédica» do domingo passado, quando se mostrou indignado com o posicionamento do PCP perante a intervenção de Zelensky na Assembleia da República.
Disse MM: «o destaque pela negativa é a ausência do PCP. É mais um tiro no pé. O que o PCP está a fazer é o seu suicídio na praça pública.» E é uma pena – insinuou – porque assim está a «dar cabo» do «maior capital político» que o PCP tem, que é a «autoridade moral e política que resultou do combate que fez pela liberdade que fez pela liberdade antes do 25 de Abril».
Ora, o que leva MM (e outros) a fingir preocupação com o PCP, contrariamente ao que afirmam, é exactamente este Partido estar vivo, continuar hoje a luta (que travou, de facto, antes do 25 de Abril) pela liberdade e a democracia, ter grande prestígio e influência social. É o papel que o PCP assume na luta pelos direitos, contra o aumento do custo de vida, pelo desenvolvimento e o progresso social, pela soberania e a paz; é o papel do PCP na luta contra a política de direita e por uma política alternativa patriótica e de esquerda. É a luta que o PCP continua a travar pela construção da sociedade nova sem exploradores nem explorados.
O que verdadeiramente os incomoda é a coerência do PCP, o seu compromisso com os trabalhadores e o povo, a sua independência de classe, política e ideológica, é que o PCP assuma o ideal e o projecto comunistas.
Por isso mesmo, no ataque ao PCP, usarão sempre as mais diversas «artes e manhas» para dissimular o seu velho ódio de classe. Mas há um denominador comum a todas elas que não conseguem esconder: o seu anticomunismo visceral.