Além da ministra Maria do Céu Antunes, a reunião – realizada no passado dia 19 – contou com a participação do secretário de Estado da Agricultura, Rui Martinho. A delegação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) foi constituída pelos dirigentes Adélia Vilas Boas, Alfredo Campos, Aníbal Cabral, Lucinda Pinto e Pedro Santos.

Aos membros do Governo salientou-se a necessidade de rápida concretização das medidas anunciadas pelo Ministério para fazer face ao aumento dos custos de produção, para que as ajudas cheguem aos agricultores a tempo de atenuar as despesas incomportáveis das explorações.

Entre os temas abordados pela CNA, destaque para a reafirmação da proposta de criação de uma lei que proíba o pagamento aos agricultores abaixo dos custos de produção, como forma de garantir rendimentos dignos e a viabilidade económica das explorações agrícolas.

A necessidade de concretização efectiva e articulada das medidas preconizadas no Estatuto da Agricultura Familiar, de serem pagas as indemnizações aos agricultores com prejuízos causados por javalis e outros animais selvagens e de se concluírem importantes investimentos no regadio, como no caso da Cova da Beira, foram outras das questões concretas colocadas pela Confederação.

Soberania alimentar
Nesta reunião bilateral com a tutela, e considerando que nesta nova legislatura a área da Alimentação está sob a alçada da ministra da Agricultura, a CNA não deixou de valorizar o papel determinante da Agricultura Familiar na construção da soberania alimentar do País e na garantia de uma alimentação de qualidade, de proximidade e acessível à população. Reafirmou, por isso, a importância da concretização da sua proposta para que, até 2030, 30 por cento do abastecimento de produtos agrícolas das cantinas públicas tenha origem na Agricultura Familiar portuguesa.

A Maria do Céu Antunes e Rui Martinho foi ainda entregue a moção «15 medidas urgentes», aprovada pelos agricultores presentes na manifestação promovida pela CNA e filiadas no dia 24 de Março, em Braga.

Marcha lenta de tractores

Amanhã, 29 de Abril, a Comissão de Agricultores do Baixo-Mondego e a Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO) organizam uma marcha lenta de tractores e outras máquinas agrícolas. A concentração está marcada para as 8h00, no Largo da Feira em Montemor-o-Velho. Dali, os veículos seguirão até Coimbra, até junto da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Isenção do imposto e do IVA no gasóleo verde; apoios para a redução dos preços dos adubos, fertilizantes, rações e outros; preços justos na produção, são algumas das razões desta acção.

No dia 20 de Abril, a União dos Agricultores do Distrito de Leiria (UADL), com o apoio e a solidariedade da CNA, realizou uma iniciativa de protesto no Mercado de S. Mamede (Batalha), para reclamar do Governo e ao Ministério da Agricultura medidas para defender a sua actividade, face ao aumento dos custos de produção. Esta é a terceira iniciativa de protesto promovida pela UADL no distrito, depois de Porto de Mós e do Louriçal. Também participou na manifestação da CNA em Braga, a 24 de Março.