Um Partido singular que tentam calar
O fim-de-semana que passou foi marcado por uma intensa actividade do Partido. Entre muitas iniciativas que se realizaram de Norte a Sul do País, destacaram-se a Assembleia da Organização Regional de Braga e o almoço de aniversário no Seixal, ambos com a participação do Secretário-geral.
O PCP é um partido verdadeiramente singular, o Partido. Enquanto outros são notícia pelos avanços e recuos de protagonismos individuais em disputas internas ou por cavalgadas em ondas mediáticas, o PCP está onde sempre esteve: com aqueles que o fazem e a quem serve, os trabalhadores e o povo. Porque, algo que é escondido por comentário preconceituoso, mesmo quando disfarçados de elogios, são mesmo os trabalhadores e o povo que fazem este Partido.
Foram eles que estiveram em Braga e no Seixal e não uma materialização da «máquina». Pela tribuna da Assembleia da Organização Regional de Braga passou o testemunho dos problemas dos trabalhadores e das populações e as lutas que travam para os superar; passou a organização do Partido, que como ali ficou patente é indispensável e insubstituível, que lá está todos os dias. E foram essas mesmas razões que encheram o almoço do Seixal, onde o assinalar do 101.º aniversário do Partido se transformou, como sempre, não apenas num exercício celebratório de um passado glorioso, mas numa expressão determinada de confiança e disponibilidade para as lutas que temos pela frente.
Como tantas e tantas vezes assistimos, nada disto teve expressão mediática. Não teve, sequer, perto do destaque que granjearam discussões em torno da não eleição de dois vice-presidentes da Assembleia da República. Não teve perto do espaço ocupado pelo congresso de um partido sem representação parlamentar – que, deitando por terra as estafadas desculpas da representatividade para menorizar o espaço que é dado à cobertura da acção do PCP, teve um tratamento equivalente ao do XXI Congresso do Partido. Em todo o fim-de-semana, houve uma, e apenas uma, presença do PCP nos noticiários dos três canais generalistas, e com um excerto da intervenção de Jerónimo de Sousa em Braga, inserido numa peça com reacções ao novo Governo do PS, sem sequer uma referência ao local e à iniciativa em causa, para logo passar a declarações de outro partido.
As razões para estas opções acabaram inadvertidamente por ser expostas pelo director do Público num recente editorial, quando afirma que o jornal tudo fará «para evitar a opinião baseada na mentira e para ouvir a outra parte». Mas não foi isso mesmo que fizeram ao longo de semanas deturpando a posição do PCP, recorrendo mesmo ao insulto aos seus leitores para atingir como fim a imposição do «pensamento único norteado pelo que a sua direcção e a sua redacção defendem» que agora diz rejeitar? Temos um Partido que é singular, que mantém o seu compromisso com aqueles de que é feito e a quem serve. Que não abdica de dizer a verdade por mais que esta seja maleável para quem manda nas redacções. Quando a criatividade para a manipulação se esgota e já não é suficiente para o atacar, resta tentar silenciá-lo.