Sindicato na Amazon é vitória histórica

Pela pri­meira vez, tra­ba­lha­dores da Amazon con­se­guiram formar um sin­di­cato na em­presa, num grande centro de dis­tri­buição em Nova York, apesar da opo­sição dos pa­trões da mul­ti­na­ci­onal norte-ame­ri­cana.

Sin­di­ca­listas ga­rantem que a sua luta «apenas está a co­meçar»

O Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Amazon (ALU, na sigla em in­glês) con­quistou uma vi­tória his­tó­rica no dia 1 de Abril, tor­nando-se o pri­meiro sin­di­cato em ins­ta­la­ções da Amazon, nos Es­tados Unidos da Amé­rica.

Todos os tra­ba­lha­dores não ad­mi­nis­tra­tivos do ar­mazém da Amazon em Staten Is­land, em Nova Iorque, co­nhe­cido como JFK8, ti­veram a opor­tu­ni­dade de votar, entre 25 e 30 de Março, se que­riam ou não ser re­pre­sen­tados pelo ALU. Os nú­meros fi­nais, cer­ti­fi­cados pela en­ti­dade norte-ame­ri­cana que acom­panha as re­la­ções la­bo­rais, foram 2654 votos a favor e 2131 contra, tendo-se re­gis­tado ainda 67 votos con­tes­tados, que não podem al­terar os re­sul­tados. Mais de me­tade dos 8.325 tra­ba­lha­dores ins­critos par­ti­ci­param na vo­tação, cujo ven­cedor ne­ces­si­tava apenas de mai­oria sim­ples.

A luta pela for­mação do sin­di­cato co­meçou há dois anos, quando a Amazon – uma das mai­ores mul­ti­na­ci­o­nais tec­no­ló­gicas norte-ame­ri­canas – des­prezou as pre­o­cu­pa­ções dos tra­ba­lha­dores com a falta de me­didas de pre­venção e se­gu­rança la­boral face à pan­demia de Covid-19.

O ar­mazém JFK8 é um im­por­tante centro de dis­tri­buição para a enorme rede de en­trega e cen­tros de aten­di­mento e tri­agem da Amazon, com­pa­nhia que tinha con­se­guido, até agora, im­pedir a for­mação de sin­di­catos entre os seus mi­lhares de tra­ba­lha­dores.

O pre­si­dente do ALU, Chris Smalls, re­velou que o sin­di­cato pre­tende lutar por sa­lá­rios mais altos, se­gu­rança do em­prego, me­lhores con­di­ções de tra­balho, mais folgas re­mu­ne­radas, me­lhor as­sis­tência mé­dica e pausas mais longas. Con­si­derou que «este é ver­da­dei­ra­mente um mo­mento his­tó­rico im­por­tante para os tra­ba­lha­dores da Amazon em todo o país». E afirmou que o ALU já ul­tra­passou grandes obs­tá­culos e con­ti­nuará a fazê-lo, mas não des­can­sará, pre­ci­sando agora mais do que nunca do apoio das co­mu­ni­dades, porque a sua luta «apenas está a co­meçar».




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