Tréguas de dois meses no Iémen depois de quase oito anos de guerra

Entrou em vigor no Iémen, no dia 2, uma trégua de dois meses permitindo um alívio à população civil depois de quase oito anos de guerra entre o governo e os rebeldes hutís. O cessar-fogo temporário coincide com o início do Ramadão, mês sagrado para os muçulmanos.

O enviado especial das Nações Unidas para o Iémen, Hans Grundberg, anunciou em Aden a suspensão de «todas as operações militares ofensivas aéreas, terrestres e marítimas dentro do Iémen e fora das suas fronteiras».

A referência a acções além-fronteiras alude aos sistemáticos ataques da milícia xiita com drones e mísseis contra alvos nos Emiratos Árabes Unidos e na Arábia Saudita, cujas autoridades apoiam o presidente iemenita, Abd Rabbu Mansour Hadi.

As partes beligerantes também acordaram em permitir a entrada de barcos com combustível no porto de Al Hudeida, controlado pelos insurgentes e bloqueado desde há anos. Foi ainda aceite a realização de voos comerciais planeados de e para Saná, a capital do país que se encontra em poder dos hutís.

A trégua poderá ser renovada além do período de dois meses se houver acordo das partes, revelou Grundberg. «O objectivo é proporcionar aos iemenitas uma pausa necessária à violência, o alívio do sofrimento humano e, o que é mais importante, a esperança de que é possível pôr fim a este conflito», precisou.

A suspensão das hostilidades coincidiu com o arranque de conversações em Ryad, na Arábia Saudita, entre diversos sectores do Iémen, embora os hutís tenham boicotado o diálogo por se realizar num país que consideram inimigo.

A guerra no Iémen começou em 2014, quando os hutís se rebelaram e ocuparam grandes extensões do país, incluindo a capital, Saná. No ano seguinte, uma coligação árabe, encabeçada pela Arábia Saudita e apoiada pelos Estados Unidos da América, interveio no conflito armado, em apoio de Hadi.

Segundo a ONU, com a guerra, dois terços da população, cerca de 20 milhões de pessoas, depende de assistência humanitária e 80 por cento vive abaixo do limiar de pobreza.




Mais artigos de: Internacional

Sindicato na Amazon é vitória histórica

Pela primeira vez, trabalhadores da Amazon conseguiram formar um sindicato na empresa, num grande centro de distribuição em Nova York, apesar da oposição dos patrões da multinacional norte-americana.

Bloqueio dos EUA a Cuba é criminoso e deve acabar

A presidente do Conselho Mundial da Paz (CMP), Socorro Gomes, denunciou o criminoso bloqueio norte-americano contra Cuba há mais de seis décadas e destacou o exemplo da ilha caribenha na sua luta para continuar a avançar.

Denunciados crimes de Israel contra crianças palestinianas

As crianças palestinianas sofrem a violência, a brutalidade e os crimes que as forças militares israelitas levam a cabo diariamente e de forma organizada. As violações que as tropas de Telavive praticam sistematicamente «não só deixam marcas nos nossos menores mas também os privam dos seus...

Resposta soberana a pressões dos EUA

A Assembleia-geral das Nações Unidas aprovou em princípios de Março uma resolução exigindo à Rússia o fim imediato da sua intervenção militar na Ucrânia. Dos Estados membros africanos, um votou contra a resolução (Eritreia), 16 abstiveram-se (África do Sul, Argélia, Angola, Burundi, República Centro-Africana, Congo,...