- Nº 2523 (2022/04/7)

Sindicato na Amazon é vitória histórica

Internacional

Pela primeira vez, trabalhadores da Amazon conseguiram formar um sindicato na empresa, num grande centro de distribuição em Nova York, apesar da oposição dos patrões da multinacional norte-americana.

O Sindicato dos Trabalhadores da Amazon (ALU, na sigla em inglês) conquistou uma vitória histórica no dia 1 de Abril, tornando-se o primeiro sindicato em instalações da Amazon, nos Estados Unidos da América.

Todos os trabalhadores não administrativos do armazém da Amazon em Staten Island, em Nova Iorque, conhecido como JFK8, tiveram a oportunidade de votar, entre 25 e 30 de Março, se queriam ou não ser representados pelo ALU. Os números finais, certificados pela entidade norte-americana que acompanha as relações laborais, foram 2654 votos a favor e 2131 contra, tendo-se registado ainda 67 votos contestados, que não podem alterar os resultados. Mais de metade dos 8.325 trabalhadores inscritos participaram na votação, cujo vencedor necessitava apenas de maioria simples.

A luta pela formação do sindicato começou há dois anos, quando a Amazon – uma das maiores multinacionais tecnológicas norte-americanas – desprezou as preocupações dos trabalhadores com a falta de medidas de prevenção e segurança laboral face à pandemia de Covid-19.

O armazém JFK8 é um importante centro de distribuição para a enorme rede de entrega e centros de atendimento e triagem da Amazon, companhia que tinha conseguido, até agora, impedir a formação de sindicatos entre os seus milhares de trabalhadores.

O presidente do ALU, Chris Smalls, revelou que o sindicato pretende lutar por salários mais altos, segurança do emprego, melhores condições de trabalho, mais folgas remuneradas, melhor assistência médica e pausas mais longas. Considerou que «este é verdadeiramente um momento histórico importante para os trabalhadores da Amazon em todo o país». E afirmou que o ALU já ultrapassou grandes obstáculos e continuará a fazê-lo, mas não descansará, precisando agora mais do que nunca do apoio das comunidades, porque a sua luta «apenas está a começar».