Decidido na Amarsul elevar a luta pelos salários

No dia 28, começa na Amarsul uma semana de greves, de duas horas por turno – decidiram os trabalhadores, durante uma jornada de luta nas ruas de Setúbal, criticando a recusa patronal de negociações.

É cada vez mais sentida a necessidade de aumentos salariais

Trabalhadores das unidades da Amarsul no distrito de Setúbal desfilaram, no dia 2, quarta-feira da semana passada, da Praça do Brasil à Praça do Bocage, onde realizaram um plenário geral. Aqui, como informou o SITE Sul, foi decidido realizar a série de paralisações, de 28 de Março a 1 de Abril.

Prossegue assim, como referiu o sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN, a luta pelo aumento dos salários, pela actualização do valor do subsídio de refeição, pela atribuição do subsídio de insalubridade, penosidade e risco, pela eliminação da precariedade e por melhores condições de Segurança e Saúde no Trabalho.

No plenário, em que participaram Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP-IN, e outros dirigentes sindicais, foi salientado que é cada vez mais sentida a necessidade de aumentos salariais e foram reiteradas as críticas às administrações da Amarsul e do Grupo EGF (Mota-Engil), por não quererem negociar as reivindicações que lhes foram apresentadas.

A deputada Paula Santos reafirmou aos trabalhadores a solidariedade do PCP.

 

Rodoviária de Lisboa

No dia 4, sexta-feira, os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (Grupo Barraqueiro) voltaram a fazer greve – pelo décimo dia, desde meados do ano passado, como recordou a Fectrans/CGTP-IN – e reuniram-se em plenário.

Foi analisada uma proposta patronal, recebida dia 2 pelas organizações sindicais, salientando a federação que, devido à luta persistente dos trabalhadores, a administração passou a aceitar negociar a actualização salarial (quando até aqui remetia essa negociação para o âmbito do contrato colectivo do sector).

A Fectrans considerou insuficiente a proposta da RL e informou que, do plenário, saiu a exigência de mais evoluções da administração, para que seja possível chegar a um acordo.

A reiterar a solidariedade do PCP, esteve com os trabalhadores em greve a deputada Alma Rivera, que sublinhou a justeza da luta, notando que a média dos salários na RL é de cerca de 700 euros.

 

Acordo reprovado na Autoeuropa

Depois da votação que reprovou a proposta de pré-acordo laboral, a administração da VW Autoeuropa tem a responsabilidade de ir ao encontro das justas reivindicações dos trabalhadores, valorizando os seus salários e direitos, defendeu a Comissão Sindical do SITE Sul na fábrica automóvel de Palmela.

Num comunicado após a votação realizada a 24 e 25 de Fevereiro, em que o pré-acordo laboral foi reprovado por 60 por cento do pessoal, a Comissão Sindical afirmou que este desfecho só prova que os trabalhadores da VW Autoeuropa consideram insuficiente o resultado das negociações do caderno reivindicativo, nomeadamente nas matérias do aumento dos salários e do prémio de objectivos.

Os aumentos salariais apresentados não permitem fazer face ao aumento do custo de vida e não têm em conta a subida do salário mínimo nacional. A par da tendência crescente da inflação, não houve nenhuma actualização salarial em 2021.

Por outro lado, não devem ser os trabalhadores a suportar mais uma vez as necessidades da administração, como resultava da intenção patronal de deixar de pagar o prémio de objectivos, em troca de dias de não laboração.

Logo após os plenários de 17 e 18 de Fevereiro, em que foi dada a conhecer a proposta que iria ser submetida a votação, a célula do PCP na VW Autoeuropa considerou que a posição patronal ficava muito aquém das expectativas e era claramente insuficiente, não valorizando os trabalhadores. No seu boletim O Faísca, a célula reclamou que a administração desse resposta aos problemas apontados.

 



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