Confiança, coragem, força

Gonçalo Oliveira (Membro da Comissão Política)

O PCP é um grande e coeso partido político. Centenário. Solidamente ancorado na sua base teórica. Ligado às massas. Capaz de assegurar, a cada momento, uma intervenção pronta e una com a sua orientação política. Capaz de intervir, de forma revolucionária, na sociedade portuguesa.

O debate em curso no Partido, ligado à vida e à luta, será fértil

Tal facto deve-se, em grande medida, à força dos seus militantes e ao seu empenho na luta. Sendo que esses militantes estão em regiões distintas do País e em sectores de actividade diferenciados. São diferentes pela sua origem social, formação e experiência de vida. Têm opiniões diversas e divergentes.

Pelo que a grandeza e coesão do PCP deve-se também à capacidade que este tem de recolher contributos do colectivo partidário, fazendo a sua síntese e integrando-os numa opinião comum, que preserve a riqueza resultante da diversidade de opiniões que lhe deu origem. Deve-se ainda à capacidade de tirar conclusões e apontar medidas mobilizadoras para a acção de todos os comunistas, que sejam coerentes com os seus princípios e programa político.

Desde a última reunião do Comité Central e até o final deste mês de Fevereiro (preferencialmente), o Partido promove a realização de reuniões e plenários de militantes, sobre «a situação, os problemas dos trabalhadores e do povo, a luta de massas, a mobilização de forças e a adopção de acções e medidas para o reforço da organização partidária e da intervenção do Partido na vida nacional».

Este é o momento de trabalhar para que essa discussão seja o mais ampla possível, permitindo a participação do maior número de camaradas.

Perante uma situação política marcada pelo resultado das eleições antecipadas, pela maioria absoluta do PS e pela redução significativa de votos e mandatos da CDU. Perante um desenvolvimento negativo para a vida do País, difícil de encarar… Esta é uma discussão necessária e necessariamente será fértil, pois nela utilizaremos as mesmas virtudes que utilizamos ao serviço da luta dos trabalhadores e do povo: confiança, coragem, força!

Não será algum choque momentâneo que nos leva a esquecer que estes últimos anos, na relação que tiveram com quatro décadas de política de direita, não foram um tempo percorrido em vão.

Tal como apurámos no último Congresso, confirmaram-se teses defendidas pelo Partido. Mostrámos que há alternativa à ideia de que a única política possível é o empobrecimento e agravamento da exploração. Travámos um caminho de desastre nacional. Recuperámos o que tinha sido roubado. Conquistámos novos direitos.

Desse período retirámos informações importantes, que nos permitem colocar o presente em perspectiva: as condições em que surgiu; as ambições e esperanças que continha; a forma como tais objectivos foram negados. Retiramos também daí elementos que nos permitem preparar lutas futuras.

Não se deixe, por isso, de abordar nas reuniões e plenários que se seguem aquilo que o Comité Central destacou em termos de iniciativa, intervenção e organização do Partido:

• realizar o comício de 6 de Março, no Campo Pequeno;

• dinamizar a luta, mobilizar os trabalhadores e o povo, contribuindo para o seu esclarecimento;

• reforçar a organização, em particular nas empresas e locais de trabalho, responsabilizar, recrutar, cuidar de todas as tarefas de organização que conhecemos;

• aproximar o Partido das massas através da sua intervenção própria e alargando o trabalho unitário.

São estas as prioridades.



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