Produção em Sines e no Pego para travar preços da electricidade

A Fiequimetal/CGTP-IN defende que o Governo deve ponderar a retoma da produção de electricidade nas centrais termoeléctricas de Sines e do Pego, entre outras medidas políticas para colocar um travão na escalada dos custos da energia, respeitando os interesses dos trabalhadores.

Numa conferência de imprensa, dia 20, a federação assinalou que uma medida semelhante já foi adoptada, em Espanha. Foram reactivadas as centrais a carvão de Los Barrios (central da EDP, em Cádiz) e de As Pontes (central da Endesa na Corunha, Galiza).

A retoma da produção em Sines e no Pego, até que existam alternativas sólidas àquelas instalações, permitirá reduzir preços, porque os custos do carvão são bem mais baixos que os do gás natural, explicou a Fiequimetal.

A subida descontrolada dos preços pesa nos orçamentos dos trabalhadores e das suas famílias e também se faz sentir em muitas empresas do âmbito sindical da federação.

Por um lado, nota-se cada vez mais pequenas empresas industriais, de capitais nacionais, sufocadas com os custos da energia e com crescentes dificuldades.

Por outro lado, há multinacionais que estão a pressionar os trabalhadores para alteração dos horários de trabalho, concentrando a produção nos períodos com tarifários de energia mais baixos.

Não se pode atirar para cima dos trabalhadores a resposta ao problema, protestou Rogério Silva, coordenador da Fiequimetal e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN.

A federação insistiu que o apressado encerramento de instalações que tinham um peso significativo na produção de energia não teve as anunciadas vantagens, nomeadamente ambientais, mas provocou evidentes e graves prejuízos.

Quanto aos milhares de postos de trabalho liquidados, o Governo começou por ignorar os alertas e não ouvir os representantes dos trabalhadores. Depois, só no caso mais recente (Pego) decidiu usar as verbas do «fundo para uma transição justa», excluindo os trabalhadores da central de Sines e da refinaria. Para a Fiequimetal, o mínimo que se poderia exigir do Governo, era que já tivesse aplicado as medidas da Portaria N.º 686-A/2021 a todos os trabalhadores atingidos, sem excepção.

 



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