Denunciada na ONU violência de colonos israelitas na Palestina

Com a conivência das autoridades ocupantes, continua a violência dos colonos israelitas contra a população da Palestina. Do lado da resistência, foi anunciado que cinco organizações palestinianas estão reunidas em Argel, para coordenar forças na luta contra a ocupação.

Sem o fim da ocupação israelita da Palestina não haverá paz na região

O coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz no Médio Oriente, Tor Wennesland, denunciou a violência dos colonos israelitas contra a população palestiniana, em acções que provocam numerosas vítimas civis.

Ao intervir no Conselho de Segurança da ONU, o diplomata rechaçou os desalojamentos e demolições de propriedades árabes, assim como os novos colonatos ilegais planeados pelo governo de Telavive em Jerusalém Oriental.

Wennesland pediu medidas urgentes para deter esses planos de construção, para evitar uma maior deterioração da situação humanitária e para avançar com uma solução de dois Estados. Manifestou preocupação pelo possível desalojamento de famílias palestinianas das habitações em que vivem há décadas, nos bairros de Sheikh Jarrah e Silwan, em Jerusalém Oriental. E realçou que tais acções só incrementam o risco de aumento da violência e afastam a possibilidade de uma solução política.

O representante da ONU exigiu às autoridades de ocupação que ponham fim ao despejo e expulsão de palestinianos, em conformidade com o direito internacional. Defendeu planos adicionais que possibilitem às comunidades palestinianas construir legalmente habitações e concretizar as necessidades de desenvolvimento. Neste momento, faz falta uma abordagem coordenada para ultrapassar os obstáculos políticos, económicos e institucionais que bloqueiam o caminho para um processo de paz significativo, considerou o diplomata norueguês.

Sem uma perspectiva realista de pôr fim à ocupação israelita e implementar uma solução de dois Estados baseada nas resoluções das Nações Unidas, no direito internacional e nos acordos existentes, a região sofrerá «um colapso perigoso e irreversível e uma instabilidade generalizada», afirmou Tor Wennesland.

Também o exército israelita demoliu na terça-feira, 25 (pela 197.ª vez em pouco mais de uma década) o povoado de Al Araqib, no deserto de Negev, agravando as tensões com a comunidade beduína.

Os soldados ocupantes chegaram ao local de manhã e obrigaram as 22 famílias a abandonar as suas casas rudimentares, que em seguida foram derrubadas com escavadoras, informou a agência de notícias palestiniana Alray. Esta foi a primeira demolição em 2022, mas a aldeia foi destruída 14 vezes no ano passado.

Forças palestinianas

reúnem-se em Argel

Representantes de cinco organizações palestinianas chegaram a Argel, entre os dias 16 e 26, para participar num encontro que visa debater diferenças e unir forças contra a ocupação israelita.

Segundo a agência de notícias Maan, os grupos palestinianos foram convidados pelo presidente da Argélia, Abdel Majid Tebboune, para dialogar numa «conferência inclusiva». Participam a Fatah, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), a Frente Popular para a Libertação da Palestina, a Frente Democrática para a Libertação da Palestina e a Jihad Islâmica.

 



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