NATO intensifica ameaça e provocação belicista

A NATO anunciou na segunda-feira, 24, o reforço do que chama o seu «flanco oriental», com o envio de navios e aviões de combate adicionais para o Leste da Europa, aumentando assim a tensão militar sobre a Rússia. O secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, garantiu também estar em consideração o incremento da presença militar na NATO no sudeste do continente, em países como a Bulgária e a Roménia, através de batalhões semelhantes aos que já operam nos Estados do Báltico e na Polónia.

Este anúncio decorre poucos dias após as conversações entre a Rússia, a NATO e os EUA relativas às garantias de segurança na Europa, que Moscovo reclama (entre as quais sobressai precisamente a reversão da presença militar dos EUA e da NATO junto às suas fronteiras), às quais as potências ocidentais respondem com uma ainda maior retórica, ameaças e acções belicistas: nas últimas semanas, enquanto decorriam as conversações, Washington e seus aliados da NATO transferiam para a Ucrânia toneladas de armamento letal, colocavam unidades militares em alerta, retiravam pessoal diplomático de Kiev e ameaçavam com sanções «nunca vistas».

Todas estas medidas foram acompanhadas pela intensificação da campanha mediática dos EUA e da NATO sobre uma eventual preparação de um ataque russo à Ucrânia, que Moscovo desmente e acusa ser pretexto para que a NATO reforce a sua presença militar no Leste da Europa. A expansão da NATO até às fronteiras da Rússia iniciou-se em meados da década de 90, apesar de garantias dadas em sentido contrário, e não mais cessou: a Ucrânia e a Geórgia poderão ser os próximos Estados a integrar aquele bloco político-militar, apertando ainda mais o cerco ao país euro-asiático.

Ofensiva à vista no Donbass

Um grande número de militares ucranianos concentrou-se na região do Donbass, no Leste da Ucrânia: a denúncia é do líder da denominada República Popular de Donetsk (RPD), Denís Pushilin, que no sábado, 22, se referiu aos 120 mil soldados concentrados ao longo da linha de contacto, em clara violação dos Acordos de Minsk.

Segundo o dirigente, a acumulação de militares e armamentos ucranianos não se deve aos planos de Kiev de proteger-se de uma dita «invasão russa» mas à intenção de «atacar as repúblicas do Donbass em qualquer momento». Pushilin desmentiu as «notícias» de meios de propaganda ocidentais de que o Donbass está a preparar uma ofensiva contra a parte ucraniana. «Não importa o que diz a histeria dos meios de comunicação ocidentais, nós não estamos a preparar uma ofensiva», vincou.

Diferentes responsáveis da RPD e também da República Popular de Lugansk (RPL) denunciaram nos últimos dias que se intensificaram, na linha de contacto de Donbass, os disparos do exército ucraniano. Acusam Kiev de estar a preparar acções de provocação, por ordem dos EUA, com a possível participação de tropas especiais estrangeiras e de forças mercenárias a soldo do governo ucraniano.

Desde Abril de 2014, o regime da Ucrânia leva a cabo uma violenta acção contra as populações de língua russa, os sindicatos e outras forças que resistiram ao golpe, como o Partido Comunista Ucraniano, que levou à agressão contra o Donbass, região onde foram proclamadas as repúblicas de Donetsk e Lugansk em resposta ao golpe de Estado ocorrido em Fevereiro desse ano em Kiev, com o apoio dos EUA, da NATO e da União Europeia.

Os acordos subscritos em Minsk em 2014 e 2015 estabeleceram as bases para uma solução política do conflito, mas Kiev recusa-se a cumpri-los.

 



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