CDU e PCP reclamam a reversão para o SNS do Hospital de Serpa
O Serviço de Urgência do Hospital de São Paulo, em Serpa, está encerrado diariamente entre as 00h00 e as 8h00 e 24 horas às quintas-feiras, desde 3 de Janeiro. O PCP acusa a Santa Casa da Misericórdia de «violar» o acordo de gestão do Hospital.
Perda de qualidade do serviço prestado
Numa pergunta dirigida à ministra da Saúde no dia 30 de Dezembro, João Dias e Paula Santos, deputados do PCP, acusam a Santa Casa da Misericórdia de Serpa de estar «claramente a violar os deveres a que está obrigada, revestindo-se numa clara perda de qualidade do serviço prestado e redução do acesso aos cuidados de saúde a que a população tem direito, mais ainda quando o País se depara com uma situação epidémica onde o caminho é o do reforço das respostas em saúde e não a sua redução».
«Num momento em que deveria estar a ser reforçada a resposta do Serviço Nacional de Saúde mediante a contratação de profissionais em falta, de mais investimento em equipamentos e meios materiais para prestar cuidados de saúde de qualidade, o que assistimos é exactamente ao inverso – o encerramento de serviços», criticam os deputados comunistas.
O PCP recorda que o Hospital de S. Paulo foi entregue à Misericórdia em 2014 por um período de 10 anos. Ou seja, a partir de 1 de Janeiro de 2015, o Hospital passou a ser gerido ao abrigo de um contrato tripartido estabelecido entre a Misericórdia, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo e a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA). Desde então, a Misericórdia «tem revelado imensas dificuldades de cumprir o que foi definido no acordo de corporação».
Na pergunta a Marta Temido, os comunistas querem saber, nomeadamente, «que conhecimento tem o Governo da decisão, por parte da Misericórdia, de encerrar o Serviço de Urgência», que medidas vai tomar e se está «disponível para a reversão do Hospital para o Ministério da Saúde».
Acção de protesto
No mesmo dia, 30, a CDU mobilizou a população para uma concentração junto ao Hospital contra o encerramento do Serviço de Urgência. A acção contou com as intervenções de Edgar Santos, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, de João Efigénio, presidente da Câmara Municipal de Serpa, e de João Dias, deputado do PCP na Assembleia da República e primeiro candidato da CDU pelo círculo eleitoral de Beja nas eleições legislativas de 30 de Janeiro.