CTT: só a luta levará às soluções

Manuel Rodrigues

Diversos utentes dos CTT se têm queixado do atraso com que é entregue o correio. Um deles apresentou uma queixa a esta empresa, a 19 de Outubro, sobre a forma como está repetidamente a receber correspondência atrasada, às vezes três semanas, havendo semanas em que recebe vários números atrasados de jornais que assina. Indignado, reclamou e ficou a aguardar a resposta e a consequente correcção da anomalia.

A resposta com data de 20 de Outubro de 2021, só a 10 de Novembro chegou à caixa do correio do utente, ou seja, três semanas depois, dando assim confirmação prática à razão da reclamação apresentada.

Alegam os CTT que não sabem nem têm como saber a razão da anomalia, «tratando-se de objectos não registados, que não deixam vestígios da sua passagem nos nossos circuitos».

Por outro lado, a invocada razão do volume de tráfego ou a ainda mais incompreensível invocação de que «a prestação dos serviços de correio, incluindo o registado, correio azul e o correio normal não envolve para os CTT uma obrigação de distribuição de todo o correio em prazo certo» é uma falácia que importa rebater.

É bom lembrar que os CTT já foram uma empresa pública e, enquanto tal, contavam com mais umas largas centenas de trabalhadores, melhores condições de trabalho, e garantia a qualidade do serviço que prestava.

Depois, privatizada a empresa, passou a imperar o critério do lucro, centenas de trabalhadores têm sido despedidos ou precarizados nos seus vínculos, as condições de trabalho pioraram e, em consequência, a prestação do serviço tem-se vindo a degradar. Ou seja, razões bastantes para as propostas e insistência do PCP para que se retome o controlo público desta empresa, única forma de a colocar de novo ao serviço do desenvolvimento do País.

Por outro lado, mesmo nas actuais condições, os CTT têm obrigações a cumprir. Mas dos 24 critérios de qualidade exigíveis, chumbou em todos eles. E o Governo o que fez? Por agora nada. E até já prometeu rever o contrato de concessão para reduzir as obrigações dos CTT.

Não há dúvida: só a luta – incluindo na luta o próprio voto – poderá levar às soluções que fazem falta ao País.




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