Possível escassez de bens alimentares nas «prateleiras»
A Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (CONFAGRI) alerta para uma possível escassez de bens alimentares nas «prateleiras», em consequência do abandono da produção de muitos produtores e do já conhecido plano estratégico da Política Agrícola Comum (PAC) que desvaloriza a produção nacional.
Em nota divulgada no final do mês de Outubro, a CONFAGRI lembra que «os preços ao produtor de muitos produtos agrícolas e pecuários estão em decréscimo, pela pressão a que estão sujeitos e pela ditadura da distribuição» e que a actividade agropecuária «foi fortemente penalizada» pelos efeitos da COVID-19, «devido ao encerramento do canal Horeca».
«Com o fim do confinamento, perspectivava-se uma recuperação do sector, o que não está a acontecer. A conjuntura agrava-se em resultado dos aumentos sucessivos dos preços dos factores de produção, seja o gasóleo, as rações ou os adubos/fertilizantes/fitofármacos», adverte a Confederação, frisando que a «actual situação é desesperante».
Sérias dificuldades
No dia 29 de Outubro, a União dos Agricultores do Distrito de Leiria (UADL) foi recebida pelo presidente da Câmara Municipal de Ansião, a quem expôs um conjunto de situações que afectam os agricultores do concelho e que carecem de resolução urgente.
Um dos problemas prende-se com o facto de os agricultores não serem indemnizados pelos prejuízos causados pelos javalis e outros animais selvagens. Na reunião, a UADL alertou, também, para o aumento dos preços dos combustíveis, que leva à subida dos factores de produção.