Cuba denuncia provocação paga e apoiada pelos EUA
Mais uma provocação está a ser organizada contra Cuba, agora sob a forma de «marcha pacífica». É promovida por contra-revolucionários com ligações à CIA e a organizações financiadas por Washington e apoiada pelo governo norte-americano. O presidente Miguel Díaz-Canel garante que Cuba não cederá «ao desejo de restauração colonial».
O Partido Comunista de Cuba (PCC) denunciou que sectores da contra-revolução tradicional e novos personagens, educados nos cursos de liderança financiados por fundações norte-americanas ou pelo orçamento federal dos Estados Unidos da América, coordenam-se para mais uma provocação contra a Revolução Cubana.
Segundo o Granma, órgão do PCC, os contra-revolucionários carecem de base social em Cuba, mas são instruídos, financiados e apoiados do exterior. Esses agentes, sob a falsa bandeira do pacifismo, procuram provocar distúrbios, gerar o caos e induzir à desestabilização do país.
Nas últimas semanas, tornaram pública a intenção de realizar, em Novembro, uma marcha, supostamente pacífica, concebida para ocorrer simultaneamente em várias cidades da ilha. Os propósitos declarados e o esquema organizativo destapam uma provocação articulada como parte da estratégia de «mudança de regime» para Cuba, ensaiada antes em outros países.
Os que apostaram no fracasso do socialismo em Cuba e viram nos distúrbios de 11 de Julho o golpe definitivo contra a Revolução estão frustrados e apressam os seus planos: pretendem impedir toda a possibilidade de bem-estar, desenvolvimento individual e colectivo, tranquilidade cidadã e paz na pátria cubana. Para isso, promovem acções desestabilizadoras no país visando provocar o incidente que desemboque na agitação social e que propicie a ansiada intervenção militar, pedida em Miami e até em frente à Casa Branca.
Ora, escreve o jornal, nem 62 anos de bloqueio nem as suas 243 medidas adicionais puderam nem poderão derrubar a Revolução Cubana – e é essa a razão dos intentos reiterados de «golpe suave», que fazem parte da guerra não convencional em curso contra Cuba.
Logo que foi anunciada pelos seus organizadores – cabecilhas contra-revolucionários com ligações à CIA e a organizações financiadas por Washington –, a marcha recebeu apoio público de legisladores norte-americanos, chefes da máfia anti-cubana e meios de comunicação que encorajam ataques contra Cuba.
Tuits, declarações e outras frenéticas acções em Miami foram conhecidas nestes dias, como se a anunciada manifestação tivesse lugar nessa cidade. Mudança de regime, derrubamento do governo e intervenção militar voltam a integrar a narrativa imperante no Sul da Florida…
Ingerência aberta
Entre os mais fervorosos partidários da provocação estão três congressistas republicanos, um terrorista reconvertido, grupos anti-cubanos e mercenários treinados pela CIA participantes na invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, em 1961.
O próprio meio norte-americano Mint Press News denuncia que muitos dos operadores da campanha nas redes sociais digitais em apoio à manifestação são residentes na Florida e em outros Estados dos EUA. «A interferência de cidadãos estrangeiros nos assuntos internos de Cuba está num nível que dificilmente se pode conceber nos EUA», considera a publicação.
O envolvimento directo do governo dos EUA na farsa contra-revolucionária é também explícito e provocador. Nem se preocuparam em ocultá-lo: altos funcionários participam na sua promoção e, com apoio dos serviços «especiais», na sua organização.
Instrumento importante, embora não único, é a embaixada norte-americana em Havana, cujas declarações públicas costumam incluir intromissões flagrantes nos assuntos internos do país caribenho. Os seus funcionários, incluindo diplomatas, vêem-se forçados ao indigno papel de serventuários dos contra-revolucionários e provocadores em Cuba, com a ingrata tarefa de lhes dar respaldo, ajuda logística e material, conselhos e orientações.
«Com tais patrocinadores e declarados propósitos, é muito difícil presumir civismo e pacifismo na acção convocada para Novembro. Muito menos intenções legítimas e soberanas», escreve o Granma, enfatizando: «O que está em jogo aqui, e ninguém deve ter dúvidas disso, é o direito de Cuba a defender-se da agressão estrangeira, independentemente do disfarce que ela assuma».
O jornal dos comunistas cubanos conclui: «A dignidade, a resistência e a unidade são as nossas forças mais poderosas frente à desonrosa e canalha acção anexionista que o inimigo histórico da nação cubana utiliza no seu plano de nos fracturar e dividir para nos vencer. Não puderam e não poderão. A razão é o nosso escudo».
Campanha externa
No encerramento da segunda reunião plenária do Partido Comunista de Cuba, realizada recentemente, o Primeiro Secretário do PCC e Presidente da República, Miguel Díaz-Canel, referiu-se precisamente a essa estratégia imperialista de «criar o máximo de descontentamento no nosso país». Para o dirigente cubano, essa «vil» campanha pretende desacreditar as conquistas revolucionárias, distorcer a realidade, asfixiar economicamente Cuba e enfraquecer a solidariedade internacional.
Denunciando estas manobras, Díaz-Canel lembrou que a Constituição cubana reconhece o direito de manifestação, mas que o que se prepara é uma acção de mudança de regime, uma provocação, com vínculos a organizações e agências subversivas externas. O presidente cubano garantiu: «não vamos legitimar as acções imperialistas (…) nem ceder ao desejo de restauração colonial.»