Os trabalhos do 15.º Congresso do PCdoB decorreram com «forte espírito de coesão e unidade interna» e com «ânimo renovado da militância para enfrentar os actuais e futuros desafios». Mais de 600 delegados participaram na sessão plenária nacional, entre os dias 15 e 17, realizada por vídeoconferência.(será o melhor termo?).

O congresso elegeu um novo Comité Central, com 165 membros, que reelegeu Luciana Santos como Presidente Nacional do PCdoB. O colectivo partidário aprovou também a resolução política e o documento Directrizes para uma Plataforma Emergencial.

Com o seu partido prestes a completar 100 anos de existência, os comunistas dirigiram uma mensagem clara ao país: «mais do que nunca, é necessário defender a vida dos brasileiros e brasileiras. É necessário defender a democracia. É necessário defender o Brasil!».

O PCdoB assegura que «dará o melhor de si para superar o nefasto ciclo político vivido pela nação, do qual tem sido um dos maiores alvos sob o fogo de um anacrónico anticomunismo». E, nesse sentido, promoverá «a ampla articulação de forças populares, patrióticas e progressistas que pode apresentar expectativa de vitória» sobre Jair Bolsonaro, nas eleições em 2022, «para dar outro rumo à nação e esperanças ao povo».

No fecho do congresso, Luciana Santos destacou como objectivo do PCdoB: «Queremos garantir um Brasil de igualdade de oportunidades, humano, justo, inclusivo, próspero, desenvolvido e que possa, no contexto internacional, afirmar o seu papel como um país continental, com as vocações e potencialidades que nós temos. E, para isso, temos a convicção de que não há outro caminho que não seja a construção do socialismo no Brasil. Esse é o nosso objectivo estratégico».

PCP saúda PCdoB

Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, enviou uma mensagem ao 15.º Congresso do Partido Comunista do Brasil expressando fraternas e solidárias saudações dos comunistas portugueses e em que formula votos de que os trabalhos do congresso contribuíssem para o fortalecimento da acção do PCdoB em prol dos direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro, da liberdade e da democracia, da soberania e do progresso social do Brasil, em prol do socialismo.

O Secretário-geral do PCP reafirmou a solidariedade com a luta contra o processo golpista iniciado em 2016 e face à ofensiva reaccionária e obscurantista do governo de Bolsonaro, transmitindo a confiança de que os comunistas brasileiros, com outras forças progressistas e democráticas, serão capazes de derrotar Bolsonaro e a sua política e conquistar um caminho consoante os interesses e anseios do povo brasileiro.

Nas palavras de Jerónimo de Sousa, «os comunistas fazem falta ao Brasil, fazem falta ao mundo», particularmente num momento em que os desenvolvimentos da situação internacional reflectem o aprofundamento da crise estrutural do capitalismo e o declínio relativo dos EUA e de outras potências imperialistas, que prosseguem com a sua ofensiva exploradora e agressiva – uma violenta ofensiva que tem igualmente incidência na América Latina – com vista a salvaguardar a hegemonia no plano mundial.

Na mensagem, o Secretário-geral do PCP considera de grande importância o reforço do movimento comunista e revolucionário internacional e a construção de uma ampla frente anti-imperialista, e expressa a vontade de aprofundar as relações de amizade e cooperação entre o PCP e o PCdoB, em prol dos interesses dos dois povos e de todos os povos do mundo.

No seguimento da conclusão do Congresso, Jerónimo de Sousa saudou Luciana Santos pela reeleição como Presidente Nacional do Partido Comunista do Brasil.