Retomar o desenvolvimento equilibrado, sustentado e participado no Barreiro

Na semana em que foi apresentado o compromisso eleitoral da CDU para o Barreiro – que pode ser consultado em https://juntospelobarreiro.com – Carlos Humberto, candidato a presidente da Câmara Municipal, criticou a «falta de visão estratégica» do PS e avançou com algumas ideias centrais para retomar o desenvolvimento do concelho.

Nestes últimos quatro anos, a CDU foi uma força interventiva

O que mudou com a entrada do PS nos órgãos autárquicos do concelho do Barreiro?
Para além da falta de visão estratégica e do abandono de investimentos que consideramos estruturantes para o Barreiro, a forma de gerir a cidade e a relação com a população alteraram-se significativamente, com ausência de participação e envolvimento das pessoas, falta de cultura democrática, visível na não discussão de opções ao nível das pequenas obras e de grandes investimentos. Foram rejeitadas as opiniões diferentes do modus operandi do actual executivo.

Caracterizou-se por uma gestão despesista e sem prioridades, com uma baixa taxa de execução de fundos comunitários (uma das mais baixas da Área Metropolitana de Lisboa - AML).

Simultaneamente, verificou-se, nestes últimos quatro anos, uma confusão entre os meios camarários e o aparelho partidário do PS, como se comprova pela percentagem de trabalhadores militantes e simpatizantes desse partido que entraram para os quadros do município e que, de imediato, foram reclassificados para outras categorias.

A posição do PS relativamente ao aeroporto no Montijo salvaguardou a população do concelho?
Não! O PS e o presidente da Câmara, em particular, em momento algum discutiram esta opção com as populações; falaram sempre «pela voz do dono» – o Governo, retirando voz própria ao Barreiro. Paralelamente, os diversos movimentos de cidadãos que se mobilizaram para dizer «não» a esta «solução» foram sistematicamente desvalorizados, criticados e acusados de estarem contra o desenvolvimento e ao serviço dos comunistas.

Que outras situações marcaram o mandato pela negativa?
Várias: o abandono de projectos estruturantes como a ponte pedonal Barreiro-Seixal; a não intervenção nos bairros sociais municipais; a tentativa de venda da Quinta do Braamcamp; a construção da vala de Sete Portais, nunca discutida ou apresentada às populações residentes; as questões da higiene urbana que pioraram; a privatização parcial destes serviços; a transformação dos serviços do município, como se de uma empresa de propaganda se tratasse.

Foi assim relativamente às questões do desenvolvimento, dos grandes projectos para o concelho, bem como em aspectos relacionados com a actividade quotidiana da cidade.

A CDU esteve à espera das eleições autárquicas de 2021 ou, pelo contrário, foi uma força de oposição?
Nestes últimos quatro anos, a CDU foi uma força interventiva, quer nos órgãos autárquicos, quer fora dos mesmos. Além das grandes questões, a CDU não deixou de intervir e de denunciar o abandono de alguns territórios do concelho, o arrastar de obras intermináveis, a degradação do espaço público e a qualidade dos serviços públicos, como a recolha do lixo.

De que forma o investimento público pode responder às necessidades de desenvolvimento económico e social do concelho e da AML, como a CDU defende?
O Arco Ribeirinho Sul (ARS) – territórios geridos pela Baía do Tejo, deve ser colocado em prol do desenvolvimento do País e da região. Existem outros investimentos, como a terceira travessia do Tejo, o novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, a ponte rodoviária Barreiro-Seixal, que podem ligar pólos industriais.

Por outro lado, é fundamental investir na habitação, no transporte fluvial, na cultura, no desporto, no associativismo e na intervenção social. São necessidades que poderão ajudar o Barreiro a mudar.

O que significou para ti a confiança da CDU para voltares a encabeçar a sua lista à Câmara Municipal?
Sou membro do PCP há mais de 50 anos. Estou ao dispor do meu Partido, sempre em defesa dos direitos da população, na construção de um mundo mais feliz e justo. Tendo em conta a forma como o PS tem gerido os destinos do concelho, não poderia deixar de aceitar mais este desafio. Reforço o apoio que tive, antes e depois da decisão, de amigos, familiares, simpatizantes, meus camaradas e população em geral.

Neste processo de construção do compromisso eleitoral da CDU, que reacções tens recebido, designadamente da população e das forças sociais contactadas?
Nestes últimos meses temos feito inúmeras conversas, reuniões, encontros, debates, visitado muitas instituições do concelho, IPSS, escolas, colectividades, entre muitas outras. Fomos sempre recebidos com grande respeito e abertura, e, em muitos casos, com entusiasmo e confiança.

O compromisso eleitoral da CDU foi construído num amplo processo, com muita gente, independentes, simpatizantes e apoiantes, trabalhadores e outros sectores da sociedade.

Até onde pode chegar este apoio crescente que a CDU está a receber?
Até à vitória. O movimento de apoio tem vindo em crescendo, quer nas ruas, quer nas visitas que temos vindo a fazer. Com os candidatos da CDU já apresentados, para a Câmara e Assembleia Municipal, bem como para as juntas e uniões de freguesia do concelho, o Barreiro poderá retomar o desenvolvimento equilibrado, sustentado e participado.

Com a CDU, que áreas e projectos serão desenvolvidos?
A contínua aposta na participação, na informação, no envolvimento dos cidadãos, nas decisões da «coisa» pública, na educação, na cultura, nas artes, no património, na intervenção social, serão elementos centrais da nossa intervenção. As questões ambientais e da sustentabilidade, a habitação, o espaço público e a mobilidade merecerão a nossa particular atenção.

 

 



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