Os talibãs declararam a 16 de Agosto a vitória e o fim da guerra no Afeganistão, depois de terem entrado na véspera na capital, Cabul, e do presidente Ashraf Ghani ter fugido do país. Nas últimas semanas, os talibãs conquistaram praticamente todo o território, perante a fraca ou nula resistência das tropas governamentais.

A zona do aeroporto de Cabul é ainda controlada por forças dos EUA e de outros países da NATO, que procuram evacuar diplomatas e cidadãos. Há milhares de pessoas concentradas na zona aeroportuária a querer deixar o Afeganistão.

Um porta-voz dos talibãs, Mohammad Naeem, disse à Al Jazeera que o movimento decidirá em breve o tipo e a forma do novo regime no Afeganistão e assegurou que será garantida a segurança aos cidadãos e às missões diplomáticas. Foi, entretanto, anunciada uma «amnistia geral» a todos os funcionários públicos, com um apelo a que regressem ao trabalho.

Em Washington, na segunda-feira, 16, o Departamento de Estado anunciou que a evacuação do pessoal da sua embaixada em Cabul fora completada e que os diplomatas, transportados de helicóptero se encontravam nas instalações do Aeroporto Internacional. A Casa Branca revelou que alargou a sua presença no Afeganistão a quase seis mil militares.

Mortos, feridos, refugiados

O triunfo talibã representa uma derrota política e militar dos EUA, que deixam o Afeganistão em piores condições do que as que existiam em 2001, quando os norte-americanos invadiram o país asiático, numa alegada «cruzada contra o terrorismo».

Duas décadas de guerra provocaram milhões de refugiados, mais de 150 mil mortos entre a população e numerosos feridos.

Nesta intervenção, os EUA chegaram a ter 100 mil soldados no Afeganistão, apoiados por mais 50 mil militares de outros países da NATO.

Washington gastou na guerra ao longo de 20 anos milhares de milhões de dólares e registou três mil mortos e 30 mil feridos entre os seus militares.