Estratégia alarmista não combate vírus

«O que o País precisa é que deixemos de viver em função do horror dos números, se liberte a vida das famílias de restrições injustificadas e se tomem medidas de dinamização da actividade económica, social, cultural e desportiva», considera o PCP, que após nova reunião no Infarmed reiterou que «o que a actual situação epidemiológica reclama, mais do que insistência em restrições, é a adopção de medidas que permitam recuperar atrasos na vacinação, a implementação da testagem e o reforço das equipas de saúde pública, fundamental ao rastreio dos novos casos e dos contactos por estes realizados».

Em conferência de imprensa anteontem, Jorge Pires, da Comissão Política do Comité Central, criticou a insistência do Governo nos condicionamentos, «apesar do número crescente de especialistas que defendem pôr termo a medidas restritivas».

«Num quadro em que os cientistas garantem que o SARS-COV- 2 (...) continuará a conviver com as nossas vidas, em vez de se procurarem soluções que combinem o combate eficaz à COVID-19 e a criação de condições que assegurem a retoma da actividade, (...) o Governo, partindo de uma leitura assente só em critérios epidemiológicos e determinada apenas pela variação do número de incidências e o índice de transmissibilidade, (...) tem optado, até hoje, por um conjunto de medidas erradas, algumas delas absurdas, como as que vão determinando (...) o funcionamento dos restaurantes», prosseguiu o dirigente comunista.

Para o Partido, tal consubstancia uma «estratégia de comunicação alarmista, que (...) vai procurando incutir o medo». Aliás, o Governo parece ignorar que em Portugal cerca de metade da população já tem a vacinação completa e cerca de 70 por cento a primeira dose, lamentou ainda Jorge Pires, que valorizando o papel desempenhado pelos profissionais de saúde, defendeu «a tomada de medidas que acelerem o processo», em linha com o projecto de resolução do PCP aprovado na Assembleia da República «propondo a diversificação da aquisição de vacinas junto de países ou farmacêuticas (...) reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde».

«Esperamos que o Governo aceite esta recomendação e decida libertar-se dos compromissos que tem com a Comissão Europeia», concluiu.



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