Povo brasileiro em luta conta com solidariedade em Portugal
No passado dia 24 de julho, voltaram a decorrer, no Brasil e um pouco por todo o mundo, iniciativas #24JForaBolsonaro, em defesa da democracia e contra o governo presidido por Bolsonaro. A iniciativa congrega a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, as centrais sindicais, partidos políticos – PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB, PSTU, PCB, PCO e UP –, e outras organizações sociais.
Os brasileiros saíram à rua em protesto contra as políticas e a corrupção do governo de Bolsonaro, por mais vacinas e auxílio à população, pelo emprego e os direitos da classe trabalhadora, em defesa dos serviços públicos, como a saúde e a educação, contra as privatizações, pelos direitos, pela reforma agrária, pela preservação do meio ambiente e dos povos originários.
Em Portugal, foram promovidas iniciativas em Braga, Lisboa e Porto, assim como em Aveiro, Coimbra e Vila Real, convocadas pelo Núcleo do Partido dos Trabalhadores (PT) em Lisboa, e por outros colectivos brasileiros em Portugal, com o apoio do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
A deputada do PCP no Parlamento Europeu, Sandra Pereira, participou na iniciativa realizada em Lisboa, no Rossio. Na sua intervenção, reafirmou a solidariedade do PCP para com a luta do povo brasileiro contra as desastrosas e reaccionárias políticas do governo de Bolsonaro, em defesa dos direitos e da melhoria das condições de vida das populações. Denunciou igualmente o alinhamento do governo brasileiro com o imperialismo, nomeadamente na América Latina, e salientou que será pela luta persistente que o Brasil retomará o caminho de uma sociedade mais justa, que respeite e concretize os direitos económicos, sociais, políticos e culturais do povo brasileiro.
O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) esteve igualmente presente nas acções de Lisboa e do Porto. Nas suas intervenções, o CPPC recordou as manobras que visaram subverter a democracia brasileira – como aconteceu com a destituição da legítima presidente Dilma Russeff em 2014, na prisão que impediu Lula da Silva de concorrer às eleições de 2018 e na eleição de Bolsonaro – cumpriram o desígnio das forças mais reaccionárias e retrógradas no Brasil, seja nos valores e nas atitudes promovidas, seja nas políticas adoptadas.
De facto, as políticas levadas a cabo por Bolsonaro estão a ter consequências catastróficas, seja no aumento das desigualdades e da injustiça social, seja na resposta à pandemia, seja também na promoção de uma política de confrontação com países e povos vizinhos, como a acontece com Venezuela e com Cuba, salientou o CPPC.