Carta aberta a Biden apela ao fim do bloqueio contra Cuba

BLOQUEIO Uma carta aberta ao presidente dos EUA, subscrita por mais de 400 personalidades de todo o mundo, pede o levantamento imediato do bloqueio contra Cuba, imposto há mais de 60 anos por Washington.

Políticos, intelectuais, cientistas, artistas clamam pelo fim do bloqueio

Mais de 400 dirigentes políticos, entre os quais ex-chefes de Estado, intelectuais, cientistas, juristas, clérigos, artistas, músicos e activistas de todo o mundo apelam a Joe Biden, presidente dos Estados Unidos da América, que levante de imediato as sanções contra Cuba.

Numa carta aberta, intitulada «Let Cuba live» («Deixe Cuba viver»), publicada no dia 23 no New York Times, como anúncio pago, os subscritores apelam a que retome a abertura e se inicie o processo para pôr fim ao bloqueio responsável pela grave escassez de alimentos e medicamentos.

No apelo, assinalam que, a 23 de Junho, a maioria dos Estados membros das Nações Unidas votou a favor da eliminação dessa política contra Cuba.

Denunciam que resulta inconcebível, em especial na situação gerada pela COVID-19, bloquear intencionalmente as remessas e o uso de instituições financeiras por parte de Cuba, dado que o acesso a divisas é necessário para a importação de alimentos e medicamentos.

Apelam a Biden, se é verdade que está com o povo cubano, como afirmou, que «assine imediatamente uma ordem executiva e anule as 243 medidas coercivas de Trump».

Entre os que assinaram a carta, encontram-se os ex-presidentes Lula da Silva (Brasil) e Rafael Correa (Equador); o ex-líder trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, João Pimenta Lopes e Sandra Pereira, deputadosdo PCP ao Parlamento Europeu; o Prémio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquível, o intelectual argentino Atilio Boron; o linguista Noam Chomsky; artistas como Danny Glover, Susan Sarandon, Emma Thompson, Jane Fonda e Mark Ruffalo; o realizador Oliver Stone; músicos como Chico Buarque, Wagner Moura e Sílvio Rodríguez; líderes religiosos como o teólogo Frei Betto, Reinerio Arce, os reverendos Raul Suárez, Dora Arce Valentín e Jim Winkler, a activista norte-americana Gloria La Riva; e escritores como Miguel Barnet e Nancy Morejón.

Solidariedade internacional
Em Cuba, o 26 de Julho, Dia da Rebeldia Nacional, que assinalou o 68.º aniversário do assalto ao quartel de Moncada, foi celebrado sob o lema «O meu Moncada é hoje», um apelo a defender a Revolução socialista a partir de casa, do local de trabalho ou das redes sociais, num momento em que os EUA intensificam as medidas económicas e diplomáticas e as manobras de ingerência e desestabilização contra Cuba.

Por estes dias, entretanto, o movimento de solidariedade com Cuba nos EUA anunciou o envio de seis milhões de seringas de vacinação para Cuba, dos quais dois milhões já chegaram ao porto cubano de Mariel. Estemovimento continuará a recolher fundos, nos EUA, para enviar também medicamentos.

No dia 25, chegaram a Havana dois aviões Antonov-124 com ajuda proveniente da Rússia, constituída por mais de 88 toneladas de alimentos e meios de protecção contra a Covid-19. O embaixador russo em Cuba, Andrei Guskov, revelou que em breve chegará outro carregamento, com medicamentos.

Também como ajuda, o México vai enviar para Cuba dois barcos com alimentos, medicamentos e botijas de oxigénio. O presidente mexicano, López Obrador, disse no dia 26 que o seu país «tomou a decisão de ajudar, de ser solidário face ao bloqueio» dos EUA contra Cuba.

 



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