Ucrânia e EUA em manobras militares junto das fronteiras da Rússia
Forças da Ucrânia, Estados Unidos da América, Moldávia e Geórgia realizam exercícios militares conjuntos na região ucraniana de Kherson, perto da Crimeia, informou a imprensa em Moscovo.
Os exercícios com helicópteros e tanques no campo de treino Arenal de Oleshki são parte das manobras militares «Brisa do Mar 2021», organizadas pela marinha da Ucrânia e a Sexta Esquadra dos EUA.
Recentemente, o presidente russo, Vladimir Putin, voltou a denunciar a expansão da NATO para Leste e assinalou que a aproximação da infra-estrutura dessa organização até às fronteiras russas «é de importância prática» para Moscovo.
Putin advertiu que seria uma ameaça para a Rússia a eventual admissão da Ucrânia como membro da NATO e a instalação no seu território de sistemas de defesa anti-mísseis da aliança bélica. Comentou que o voo de um míssil a partir das cidades ucranianas de Carcóvia ou Dnepropetrovsk até à zona central da Rússia demoraria de sete a 10 minutos – uma «linha vermelha» inaceitável.
Os exercícios «Brisa do Mar 2021», considerados os maiores dos últimos 20 anos, começaram em 28 de Junho, no Mar Negro, e prevê-se que durem 12 dias. Segundo a NATO, participam nas manobras 32 navios, 40 aviões e helicópteros, bem como cinco mil militares de 24 países.
Provocação planeada
A provocação do contra-torpedeiro britânico Defender ao entrar em águas territoriais russas defronte da costa da Crimeia, perto do Cabo Fiolent, foi articulada com os EUA, acusou o porta-voz do Kremlin. Dmitri Peskov referia-se ao incidente com um navio de guerra do Reino Unido no Mar Negro, no dia 23 do mês passado.
«O essencial de tais operações» é planeado por executivos de alto nível do outro lado do oceano», pelo que, «neste caso, o contra-torpedeiro foi apenas um instrumento de provocação», declarou o diplomata a um canal televisivo russo.
Confirmou que, com o incidente, britânicos e norte-americanos tentaram encontrar pontos fracos quer do sistema de vigilância da integridade das fronteiras russas quer do sistema de resposta – «foi uma provocação consciente e bem planificada», da parte de Washington e Londres. E enfatizou que a Rússia responderá «de maneira contundente» a novas provocações do mesmo tipo.
O presidente Vladimir Putin confirmou anteriormente que o navio britânico violou as águas territoriais russas na tarde de 23 de Junho e precisou que, nesse mesmo dia, às 7:30, hora local, um avião de reconhecimento norte-americano levantou voo de um aeródromo da NATO na Grécia.
«Observámos tudo muito bem. Era evidente que o contra-torpedeiro entrou em território russo com fins militares, tentando descobrir com a ajuda do avião-espia as acções das forças armadas russas perante provocações e procurando saber como tudo funciona», disse Putin.