As palavras de ordem «Vacina no braço», «Comida no prato» e «Fora, Bolsonaro» ecoaram por ruas e avenidas de centenas de cidades brasileiras e de alguns outros países. Nesta jornada, que coincidiu com o dia em que o Brasil atingiu meio milhão de mortes pela epidemia de COVID-19, os manifestantes cumpriram as medidas sanitárias como o uso de máscara e de álcool-gel e o distanciamento.

As mobilizações foram convocadas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de organizações de trabalhadores, estudantes, indígenas, quilombolas, entidades religiosas e claques organizadas, e ocorreram no seguimento dos actos massivos de 29 de Maio último. Os organizadores estimam que, agora, cerca de 750 mil pessoas participaram nestas iniciativas, em 427 cidades brasileiras e em outras urbes de 17 países.

Apesar da crise sanitária, os manifestantes tomaram as ruas para exigir ao governo federal brasileiro as suas reivindicações, em especial maior investimento no Sistema Único de Saúde, a aceleração da vacinação, um auxílio de emergência de 600 reais (cerca de 100 euros), medidas para a manutenção dos salários e de apoio às micro, pequenas e médias empresas. Nas concentrações repetiram-se os slogans de «Bolsonaro, fora», «Não tires a máscara, tira Bolsonaro», «Vacina já, vacina já, Fora Bolsonaro e governo militar» ou «Alimentação, vacina, saúde e educação».

Sobre a jornada do dia 19, Luciana Santos, presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), afirmou que as manifestações «mostram o vigor da oposição, com bandeiras que confrontam o negacionismo bolsonarista na economia e na saúde, exigindo vacinação, emprego e renda». E realçou que «as forças democráticas têm o grande desafio de conter o bolsonarismo e pavimentar o caminho para que o país tome o rumo do desenvolvimento nacional com progresso social».

 

«Fora, Bolsonaro»
também em Lisboa

No âmbito das manifestações de 19 de Junho, cerca de duas centenas de pessoas, sobretudo cidadãos brasileiros, juntaram-se em Lisboa, no Parque Eduardo VII, no passado sábado, protestando contra as políticas de Bolsonaro e exigindo a sua destituição.

Os manifestantes empunhavam cartazes e faixas com frases como «Fora Bolsonaro», «Fora genocida», «Covarde e genocida», «Fora Bolsonaro, genocida do povo brasileiro e da Humanidade», «500.000», «O Brasil quer respirar», «Impeachment Bolsonaro», «O Brasil quer Lula de novo» e outras palavras de ordem que traduziam de forma expressiva as suas opiniões sobre o actual chefe de Estado brasileiro.