Exige-se na VW Autoeuropa negociar, valorizar e responder
As negociações na VW Autoeuropa devem ser retomadas de imediato, para aumentar os salários, com efeitos a Janeiro, valorizando os trabalhadores, e também para resolver graves problemas.
O aumento real do salário não pode ser substituído por um prémio
Estas exigências foram reiteradas pela Comissão Sindical do SITE Sul na VW Autoeuropa, que analisou o resultado do referendo ao pré-acordo da administração com a Comissão de Trabalhadores. Na votação, a 20 e 21 de Maio, os trabalhadores mostraram de forma clara a rejeição das propostas da administração, principalmente para que o aumento real do salário em 2021 fosse substituído pelo pagamento de um prémio – salienta-se no comunicado da estrutura do sindical da Fiequimetal/CGTP-IN, divulgado dia 28.
De acordo com a CT, que também defendeu o reinício das negociações, votaram mais de 78 por cento dos 5210 trabalhadores; dos 4071 votantes, 3426 (84,2 por cento) pronunciaram-se contra o pré-acordo. Numa primeira reacção, dia 22, o sindicato lembrou que o descontentamento já tinha sido manifesto nos plenários que a CT promoveu a 13 e 14 de Maio. O SITE Sul destacou que, no referendo, os trabalhadores reafirmaram a sua posição e que a sua decisão é soberana e deve ser respeitada.
Além disso, a votação veio confirmar também a posição do SITE Sul, por um aumento real do salário em 2021, com retroactivos a Janeiro, com o reconhecimento efectivo pela administração de que o seu trabalho e esforço contribuíram de forma determinante para os bons resultados alcançados e divulgados.
No dia 19, a anteceder a votação, o secretariado da célula do PCP na VW Autoeuropa saudou a participação nos plenários da semana anterior e assinalou que os valores insuficientes constantes do pré-acordo «reflectem já a unidade e a força dos trabalhadores», uma vez que a administração retirou o «banco» de horas. Os comunistas apoiaram a reivindicação de, em vez de um prémio, haver aumentos salariais com retroactivos a Janeiro.
Robots para quê?
As automações e robotizações das linhas devem servir para criar melhores condições de trabalho, aliviar os ritmos e cargas de trabalho e reduzir progressivamente o horário de trabalho para 35 horas semanais, e não exactamente o contrário, como se verifica – alerta a Comissão Sindical, no mesmo comunicado.
Na VW Autoeuropa, «os ritmos e cargas de trabalho continuam intensos, apesar das automações feitas em diversas zonas da fábrica», e a situação acentua-se quando se aproximam paragens de produção programadas, como a que ocorre esta semana.
Os robots, defende o SITE Sul, deveriam ser colocados nas estações sinalizadas, para evitar doenças profissionais e problemas ergonómicos, em vez de eliminar postos de trabalho. A Comissão Sindical lembra que há mais de 700 trabalhadores, na produção, com doenças profissionais e lesões derivadas do trabalho.