Exposição na Maia mostra imprensa clandestina do PCP

Foi inaugurada, no dia 27, a exposição «A imprensa clandestina», co-organizada pela Organização Regional do Porto do PCP e pela Câmara Municipal da Maia. Está patente até ao próximo dia 12, no Fórum da Maia.

«Temos o dever de dizer que não foi em vão a sua luta», afirmou Jaime Toga

A mostra, de entrada livre e que pode ser visitada diariamente, entre as 10h e as 22h, excepto segunda-feira, é «homenagem e reconhecimento, mas também é esperança e confiança», afirmou Jaime Toga, da Comissão Política do Comité Central.

Na abertura da iniciativa, as primeiras palavras foram para agradecer e valorizar a disponibilidade e postura da CM da Maia, e em particular do seu pelouro da Cultura, por terem aceitado co-organizar esta exposição com o PCP.

«Uma postura que tem um particular relevo porque significa tomar partido. Tomar partido do lado dos que não aceitam que o fascismo seja branqueado. Tomar partido do lado dos que não ficam indiferentes perante os perigos dos dias de hoje e decidem agir para que a memória não se apague e para darem o seu contributo para que nunca mais aconteça fascismo», precisou Jaime Toga.

De resto, intervindo na inauguração, o vereador do pelouro da Cultura, Mário Nuno Neves, lembrou que «não foi sem reflexão que a CM da Maia decidiu anuir à proposta feita pelo PCP».

«No entanto, a obrigação de homenagear todos aqueles – nossos conterrâneos ou não – que decidiram combater corajosamente uma ditadura (...), subalternizaram as eventuais reticências que a colaboração com um partido político concreto poderiam justificar», disse ainda Mário Nuno Neves.

Dezenas de títulos história heróica

A exposição acerca dos jornais clandestinos, «forma encontrada pelo Partido para furar a censura e levar as posições do PCP, as notícias da resistência e da luta ao povo, dando-lhes o ânimo, a coragem e a confiança para prosseguirem», apresenta cerca de 30 títulos, incluindo aqueles produzidos «na prisão pelos comunistas presos, que são verdadeiras obras de arte, embora pouco conhecidos».

Destaca-se, naturalmente, também o Avante!, «jornal comunista editado durante mais tempo em clandestinidade, em todo o mundo», «composto e impresso sempre no interior do país, envolvendo numerosos camaradas, na sua maior parte militantes anónimos, cuja vida foi dedicada a essa preciosa tarefa», explicou ainda Jaime Toga, que salientando igualmente que «a exposição é feita no ano em que assinalamos o centenário do PCP» e o orgulho que temos no nosso passado e nos nossos heróis, frisou que, olhando para o Partido, estamos «convictos de que tem mais futuro que passado, mais projecto que história porque transporta consigo este objectivo nobre de pôr fim a todas as formas de exploração e opressão».

O dirigente comunista recordou, também, «o significado da prisão de mais de 600 pessoas na nossa região, por ler ou distribuir o Avante!, nos anos de 1938 e 1939»; «a luta da população da Maia em 1944 contra a fome e a denúncia de que os bens alimentares que lhes faltavam estavam a ser enviados para a Alemanha Nazi»; «o papel dos jovens trabalhadores de Pedrouços, muitos deles católicos, que no final da década de 60 se organizaram no núcleo do MJT, que teve um relevante papel em defesa da liberdade e da paz, contra a guerra colonial». Não esqueceu, por outro lado, «os muitos militantes anónimos que arriscaram muito para ajudar, como fez a Eva e o Libertário, cuja casa, aqui na Maia, foi apoio para o Partido, serviu para reuniões, para guardar prelos e copiadores clandestinos, recebeu muitos camaradas a quem nunca se perguntava quem eram, mas a quem se dava sempre o conforto e a camaradagem».

Por isso, «a todos estes que lutaram quando lutar significava arriscar a vida, nós temos o dever de dizer que não foi em vão a sua luta», acrescentou Jaime Toga.





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