Eleições na Síria: soberania face à agressão
Resistindo à brutal agressão e ilegal ocupação de parte do seu território por forças militares de Israel, dos EUA e da Turquia, assim como ao criminoso bloqueio económico promovido pelos EUA e a UE, a República Árabe Síria foi às urnas, no dia 26, para eleger o seu presidente, no que constitui uma afirmação de soberania do povo sírio.
O actual presidente, Bashar al-Assad, foi reeleito para mais um mandato de sete anosobtendo a preferência de 95,1% dos 14 milhões, 239 mil e 140 eleitores que exerceram o seu direito de voto.
De acordo com o presidente da Assembleia do Povo da Síria, o parlamento do país, Bassam al-Sabbagh, que anunciou os resultados, em Damasco, o candidato oposicionista Mahmoud Ahmad Merhi conseguiu nas urnas 470.267 votos (3,3%). Outro concorrente, Abdullah Saloum Abdullah, alcançou 213.968 votos (1,5%).
Os cerca de 14,2 milhões de votantes, de um total de 18,1 milhões de inscritos nos cadernos eleitorais, representam uma taxa de participação de 78,4%.
Logo depois da proclamação dos resultados eleitorais, centenas de milhares de cidadãos apoiantes encheram ruas e praças das principais cidades e localidades da Síria para festejara realização das eleições e os seus resultados.
A Constituição síria, aprovada num referendo, em 2012, fixa o mandato presidencial em sete anos e estabelece que o chefe do Estado pode ser eleito só por dois mandatos consecutivos. No cumprimento da nova Constituição, Assad foi eleito em 2014, com mais de 88% dos votos.
As eleições realizaram-se nas circunstâncias complexas que a Síria atravessa – enfrenta há mais de 10 anos uma guerra de agressão movida pelos Estados Unidos da América e aliados, incluindo grupos terroristas, agravada pelo recrudescimento das sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia.
Apesar disso, uma larga maioria dos cidadãos inscritos foi às urnas, o que – de acordo com observadores em Damasco – mostra o respeito dos sírios pela Constituição e pelas instituições do país.
Foram as segundas eleições presidenciais desde o começo da guerra de agressão à Síria, em 2011, que provocou já mais de 338 mil mortos.
Os EUA e a UE desvalorizaram o escrutínio mesmo antes da sua realização.