Mais de 20 mil crianças imigrantes detidas nos EUA
A actual administração norte-americana mantém actualmente detidas mais de 20 mil crianças solicitantes de asilo, em cerca de 200 instalações, no quadro da crise migratória na fronteira com o México.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanitários norte-americano informou num comunicado, citado pela Prensa Latina, que o pessoal permanente e os contratados dessa agência federal trabalham arduamente para manter as crianças sob sua custódia seguras e saudáveis. Contudo, activistas e defensores dos direitos dos indocumentados queixam-se das condições desumanas na maior parte desses centros de acolhimento.
Dados confidenciais obtidos pela agência Associated Press (AP) e publicados na terça-feira, 11, assinalam que pelo menos cinco desses refúgios em pouco mais de 20 estados norte-americanos albergam em condições de sobrelotação mais de mil menores cada um. Os advogados que acompanham o processo dizem que os pais não podem procurar onde se encontram os seus filhos, uma situação que ocorre em plena epidemia de COVID-19.
As autoridades envolveram nos seus planos para enfrentar a situação cerca de uma dezena de instalações de emergência sem licença.
Estes chamados Sítios de Admissão de Emergência estão localizados no interior de unidades militares, estádios desportivos ou centros de convenções, não cumprem os regulamentos estatais, não requerem a supervisão legal habitual, nem garantem às crianças o acesso à educação, oportunidades recreativas ou assessoria legal, indica a referida agência noticiosa norte-americana, insuspeita de estar ao serviço de qualquer potência estrangeira.
Os dados referidos pela AP mostram que o número de menores migrantes sob custódia governamental duplicou nos últimos dois meses e, esta semana, superava os 21 mil jovens, desde crianças até adolescentes.
Advogados e especialistas em saúde mental dizem que se alguns destes locais são seguros e oferecem a atenção adequada, outros põem em perigo a saúde e a segurança das crianças.
Por outro lado, segundo o portal digital Político, o secretário de Saúde e Serviços Humanitários, Xavier Becerra, exerceu pressões para manter os limites de admissão de refugiados historicamente baixos da administração de Donald Trump (2017-2021), por receio de sobrecarregar o Gabinete de Reassentamento de Refugiados, que é supervisionado pelo seu Departamento de Saúde e Serviços Humanitários.
De acordo com o portal, Becerra também enfrenta críticas internas de funcionários da Casa Branca que, em privado, acusam-no de demorar demasiado a controlar a situação e responder como deve à afluência de migrantes, em particular crianças, que chegam em grande número à fronteira Sul dos EUA desde o início desde ano.