Violência e opressão na Palestina ocupada
À repressão do exército israelita em Jerusalém Oriental somam-se os ataques da aviação israelita, na noite de segunda-feira, 10, contra a Faixa de Gaza, que provocaram, logo nos primeiros momentos, 21 mortos, incluindo nove crianças, e 70 feridos.
Forças israelitas reprimem em Jerusalém Oriental e atacam Faixa de Gaza
Lusa
As forças de ocupação sionistas intensificaram a intervenção na zona da mesquita Al-Aqsa, na ocupada Jerusalém Oriental, e, até ontem, 12, há registo de centenas de palestinianos feridos, em muitos casos com gravidade.
Violentos confrontos tiveram lugar na Esplanada das Mesquitas, onde palestinianos foram violentamente reprimidos pelos soldados israelitas, que utilizaram granadas de aturdimento, balas de borracha e gases lacrimogénios.
Os protestos palestinianos começaram na semana passada, face ao processo de expulsão de árabes residentes em Sheikh Jarrah, para construir colonatos israelitas. A situação agravou-se com o cerco do complexo da mesquita Al-Aqsa por parte das forças militares israelitas, um dos lugares considerados sagrados pela religião islâmica.
Escalada de agressão
Face à violência de Israel, em Jerusalém, o PCP reafirmou a sua solidariedade com o povo palestiniano.
Numa nota emitida na segunda-feira, 10, o PCP «condena veementemente a campanha de violência do Governo israelita, acompanhada por colonos israelitas armados, contra a população palestiniana em Jerusalém, com o processo de expulsão de palestinianos das suas casas em Sheikh Jarrah e o impedimento do acesso dos palestinianos à mesquita de Al-Aqsa».
O PCP considera que a escalada de agressão do Governo israelita e das forças sionistas «visa a anexação de Jerusalém Oriental e, em última instância, de todo o território histórico da Palestina, negando de facto ao povo palestiniano o seu legítimo direito a um Estado – um objectivo já expresso por Netanyahu e patente na incessante construção de colonatos e do Muro do Apartheid em território palestiniano ocupado, ilegais perante o direito internacional».
Para o PCP, a violência sionista na Palestina e em todo o Médio Oriente é inseparável da conivência e do apoio dos Estados Unidos da América, que atingiu novos patamares durante a Presidência Trump, que não só não foram revertidos como foram confirmados pela Presidência Biden. Uma violência que é também inseparável da conivência da União Europeia, que impõe sanções ou bloqueios a países que resistem às agressões do imperialismo, mas que – colocando no mesmo plano ocupante e ocupado –, assiste indiferente à sistemática agressão e violação do Direito Internacional por parte de Israel.
O Governo israelita está empenhado em sabotar a solução do conflito e inviabilizar a criação do Estado palestiniano com base nas resoluções da ONU aprovadas há muitas décadas. O PCP adverte que quem for cúmplice da destruição dessa solução política será responsável pelas dramáticas consequências que daí advirão. Exige-se do Governo Português uma posição clara e contundente, nomeadamente quando exerce a presidência do Conselho da União Europeia, em defesa dos direitos nacionais do povo palestiniano e do cumprimento das resoluções das Nações Unidas que os consagram.
Quando se assinala a 15 de Maio o 73.º aniversário da Catástrofe (Naqba) – que acompanhou a proclamação do Estado de Israel em 1948 e a expulsão de centenas de milhares de palestinianos das suas casas e da sua terra –, o PCP reafirma a sua solidariedade de princípio com o povo palestiniano e com a sua justa luta contra a ocupação e pelos seus direitos nacionais, internacionalmente reconhecidos mas não concretizados.
Apelando à solidariedade para com o povo palestiniano, o PCP «exige a libertação dos milhares de presos políticos palestinianos nas prisões israelitas, o fim do bloqueio à população palestiniana na Faixa de Gaza, a concretização do direito do povo palestiniano a um Estado independente, com as fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém Oriental, e do direito ao retorno dos refugiados palestinianos».