Com um grande e legítimo orgulho

Rui Braga (Membro do Secretariado)

As comemorações do Centenário testemunham as características e a força do PCP e confirmam que o futuro tem Partido.

As iniciativas na semana passada revelam as possibilidades reais de reforço do Partido

Comemorar cem anos de vida de um partido político é, de uma forma geral, um acontecimento relevante. Se se trata de um partido que manteve durante todo esse tempo a sua natureza de classe e características – portador de uma teoria revolucionária, o marxismo-leninismo –, que viveu e lutou quase meio século sob uma ditadura fascista, que contou e conta no seu seio com a dedicação, o empenho, a abnegação e o trabalho de gerações de intrépidos combatentes, mulheres, homens e jovens de grande coragem e dedicação à causa da emancipação dos trabalhadores e do povo, que ao longo do seu percurso tem pautado sempre a sua acção e intervenção na defesa dos interesses da classe operária, dos trabalhadores e das massas populares – a importância desses cem anos de existência adquire um significado ímpar!

É isso que faz o PCP e foi isso que esteve presente e deu um conteúdo muito rico e diversificado às comemorações deste 100.º aniversário, ocorridas por todo o País. A alegria, a criatividade, a fraternidade, a confiança patentes nas iniciativas realizadas pelas organizações do Partido evidenciam bem as suas características, assim como a sua força e as potencialidades para o seu reforço.

Desde a iniciativa realizada no Rossio, em Lisboa – onde interveio o Secretário-geral do Partido, o camarada Jerónimo de Sousa – até às múltiplas iniciativas realizadas no dia 6 de Março, mas também em toda a semana que o antecedeu, mostram um Partido ligado à vida, aos problemas e aos anseios dos trabalhadores e do povo, preparado para enfrentar com audácia e confiança os desafios do presente e do futuro.

Um percurso ímpar

Ao longo destes 100 anos de luta é com um grande e legítimo orgulho que, olhando para o caminho feito, constatamos que em Portugal não há avanço, conquista, progresso que não tenha contado com as ideias, o esforço e a luta dos comunistas. Que o PCP esteve sempre onde devia estar, cumprindo com o seu papel.

Assim foi durante o regime fascista, nesse tempo em que o Partido era a única força organizada na luta antifascista e que a essa luta – semente de que brotou Abril – atraiu muitos e muitos outros. Assim foi nos momentos de festa e alegria, mas também de luta colectiva que se sucederam ao derrube do regime fascista, quando o PCP mobilizou os trabalhadores e as massas populares para a rua em apoio aos Capitães de Abril, partindo para a conquista de direitos e liberdades que há muito eram suas bandeiras de luta. Assim foi no período exaltante de avanços revolucionários, em que o PCP soube ser a vanguarda lúcida e mobilizadora das massas na construção da Reforma Agrária, das nacionalizações, do controlo operário, do poder local democrático. Assim foi, igualmente, quando a ofensiva contra-revolucionária fez dessas conquistas o seu alvo prioritário e o PCP encabeçou a prolongada e difícil luta pela sua defesa. Assim foi, e assim é na luta presente contra a política de direita, por uma alternativa patriótica e de esquerda.

Com uma inabalável confiança

A vida nestes 100 anos prova que valeu e vale a pena olhar para o futuro com confiança, determinação e esperança. A confiança, o entusiasmo, a determinação com que milhares de mulheres, homens e jovens comunistas, e não só, comemoraram, por todo o País, o 100.º aniversário do Partido, constitui a mais sólida garantia, a mais firme certeza de que o futuro tem Partido!




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