Centenário: dignidade, subjugação e revanchismo

Carlos Gonçalves

O centenário do PCP, pelo seu significado para os trabalhadores, o povo e o País, pelo seu conteúdo e forma, motivou por estes dias um leque de reacções que se registam.

Jornalistas e outros falaram deste incontornável evento numa paleta de posições: releva-se a dignidade e isenção de textos e articulistas de probidade e coragem; assinalam-se os silêncios e notas institucionais; registam-se as objectividades proclamadas, mas a que alguém ditou a subjugação aos média dominantes e a sujeição à ideologia mediática anticomunista, ao preconceito de classe e à ignorância encomendada; repudiam-se o revanchismo e a provocação dos (re)velhos e novos reaccionários, que odeiam de morte(!) o PCP, que não aceitam o 25 de Abril, que abominam a liberdade, a democracia e o progresso social.

Para estes, o Partido existir há 100 anos, lutar e avançar, é um intolerável atentado aos seus privilégios de classe; repetem desde sempre que o PCP, o ideal e projecto comunista estão «moribundos» e «em breve» vão finar-se num «inevitável declínio».

Os revisitados relatórios da PIDE e da CIA, a ocultação, a manipulação e as campanhas do poder económico-mediático, as conspirações e as calúnias de esbirros e sicários de diversos matizes, alugados pelo grande capital, as provocações do CDS e dos que competem para ver quem é mais (neo)fascista, vale tudo para mistificar e mentir sobre o PCP, a sua história heróica, o que defende na sua luta e Programa e sobre a alternativa patriótica e de esquerda que propõe para o País.

As comemorações do centenário do PCP constituem uma grande derrota de revanchistas e anticomunistas, daí o seu desespero, mas são sobretudo a afirmação certa e segura de que O Futuro tem Partido.




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