China e EUA analisaram relações bilaterais

Responsáveis de alto nível da China e dos EUA abordaram os seus posicionamentos sobre os temas sensíveis nas relações bilaterais, no dia 6, no decorrer das primeiras conversações desde a chegada do presidente Joe Biden à Casa Branca.

O director da Comissão dos Assuntos Exteriores do Partido Comunista da China, Yang Jiechi, reiterou ao secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a necessidade de trabalhar conjuntamente para manter estáveis as relações e controladas as diferenças. Insistiu no respeito mútuo, na cooperação com vantagens recíprocas e em evitar confrontações, e acentuou que a situação sobre Taiwan é o assunto de maior sensibilidade e que Washington deve tratá-lo com cuidado.

Yang Jiechi instou a Casa Branca a apegar-se aos três comunicados conjuntos que regem os laços bilaterais entre os dois países, cessar todo o tipo de intercâmbio oficial com Taiwan e reconhecer Pequim como único representante da China. Também sublinhou que os assuntos relacionados com Hong Kong, Xinjiang e Tibete são internos e não admitem a interferência de nenhuma força externa. «Todas as tentativas de caluniar e difamar a China não alcançarão resultados e a China continuará a salvaguardar firmemente a sua soberania, a sua segurança e os seus interesses de desenvolvimento», acentuou.

Entre outras questões, o diplomata chinês pediu respeito pelo sistema político e pela via de desenvolvimento de cada parte e sublinhou que a China continuará no caminho do socialismo com particularidades próprias.

Por seu lado, Antony Blinken disse que os laços Washington-Pequim são muito importantes no plano bilateral e internacional e manifestou a disposição de melhorá-los. Comprometeu-se a respeitar o princípio de uma só China e a cumprir com o disposto nos três comunicados conjuntos (o Comunicado de Shanghai, de 1972, o Comunicado Conjunto sobre o Estabelecimento das Relações Diplomáticas entre a República Popular da China e os EUA, de 1979, e o Comunicado Conjunto Sino-Norte-Americano, de 1982, que balizam as relações entre os dois países).

Os dois altos responsáveis acordaram em manter-se em contacto sobre assuntos de interesse mútuo.

Manter o diálogo

A manutenção do diálogo a vários níveis entre a China e os EUA facilitará o entendimento mútuo e o desenvolvimento dos laços bilaterais, afirmou em Pequim, no dia 8, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin.

Segundo a agência Xinhua, Wang fez essas declarações num encontro diário com jornalistas, a propósito das recentes declarações do presidente norte-americano, Joe Biden, segundo as quais os Estados Unidos da América não desejam um conflito com a China. O porta-voz chinês insistiu que o diálogo entre os dois países propicia o entendimento mútuo e o desenvolvimento das relações bilaterais.

Wang Wenbin enfatizou que a China está comprometida com o desenvolvimento de umas relações sino-norte-americanas com respeito mútuo e cooperação e, ao mesmo tempo, continuará a salvaguardar firmemente a soberania nacional e os seus interesses de segurança e desenvolvimento.




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