Venezuela ofereceu oxigénio ao Brasil
SOLIDARIEDADE O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou que o seu governo doou ao Brasil 14 mil garrafas individuais de oxigénio, equivalentes a 136 mil litros, para ajudar o hospital brasileiro de Manaus, na região amazónica.
Governo bolivariano enviou ajuda de emergência para o hospital de Manaus
Camiões carregados com oxigénio, idos da Venezuela, cruzaram na segunda-feira, 18, a fronteira do Brasil rumo a Manaus, capital do Estado de Amazonas, no Noroeste do país, que enfrenta uma crise sanitária sem precedentes devido à pandemia de COVID-19.
Na fronteira, no lado brasileiro, os veículos passaram por formalidades da Receita Federal (departamento que trata das taxas alfandegárias e do controlo aduaneiro) com 132 metros cúbicos de oxigénio, distribuídos por cinco camiões, doados pelo governo do presidente Nicolás Maduro. Depois dessas formalidades, houve uma inspecção pela Polícia Federal brasileira, no sector migratório, e os veículos prosseguiram viagem.
O envio solidário de oxigénio chega à cidade amazónica para ajudar a enfrentar o colapso sanitário por um aumento recorde das infecções por coronavírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19.
Manaus tem os hospitais sem oxigénio para atender os doentes, transferiu pacientes para outros Estados por não conseguir admitir mais enfermos nos seus estabelecimentos de saúde, sofre com cemitérios sem espaço e enfrenta um recolher obrigatório, informa a Prensa Latina a partir de Brasília.
Os camiões com oxigénio saíram da cidade de Puerto Ordaz, revelou o vice-cônsul da Venezuela na cidade de Roraima, José Marti Uriana, que acompanhou os veículos desde a fronteira. Depois de passar por Pacaraima, estava previsto que o carregamento seguisse por Boa Vista, capital do Estado nortenho de Roraima, rumando então para Manaus, a 781 quilómetros.
Dias atrás, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza, escreveu na rede social Twitter que o governador de Amazonas, Wilson Lima, lhe tinha dado a boa notícia de que partiriam no sábado, 16, os primeiros camiões-tanque com milhares de litros de oxigénio, desde a fábrica de Sidor, em Porto Ordaz, até Manaus.
Já em Agosto de 2020, numa carta enviada ao seu homólogo brasileiro, Ernesto Araújo, Arreaza insistia que «este é o momento para pôr de lado atitudes, arrogância, diferenças (…) O direito internacional também obriga os países a cooperar, sobretudo face a situações de emergência».
O dirigente venezuelano apelou ao seu homólogo brasileiro para que se encontre uma fórmula visando ultrapassar diferenças e dar lugar a uma nova dinâmica de relações bilaterais integrais, em benefício dos povos de ambas as nações.