«Banco» de horas não passou na CaetanoBus e Aeronautic
No referendo que as administrações da CaetanoBus e da Caetano Aeronautic convocaram para anteontem, dia 5, foi frustrada a intenção de imporem o «banco» de horas.
Sem conhecer ainda os números finais, o coordenador do SITE Norte confirmou que em nenhuma das empresas a percentagem de votos favoráveis chegou aos 65 por cento que a lei exige e considerou que «este é sem dúvida o resultado do trabalho sindical».
Miguel Ângelo Pinto lembrou, em declarações ao Avante! ao final da tarde desta terça-feira, que nestas empresas do Grupo Salvador Caetano foram realizados plenários em Vila Nova de Gaia e em Ovar, envolvendo também o SITE Centro-Norte, e foram distribuídos comunicados, a alertar para as consequências de tal alteração na organização do trabalho.
Nesses documentos foi repudiado o facto de a empresa, para atingir os seus objectivos, usar ameaça e chantagem sobre os postos de trabalho.
Para os sindicatos da Fiequimetal/CGTP-IN, o «banco» de horas serviria «apenas para desregular a vida familiar e social dos trabalhadores; o trabalho extraordinário deixar de ser pago como tal; a empresa aumentar o fluxo de trabalho, utilizando o tempo do trabalhador».
Foi realçada a importância de ir votar «não», até porque «muitos dos que poderão votar favoravelmente são aqueles a quem o «banco» de horas provavelmente nunca será aplicado».
Assim, continua a vigorar o contrato colectivo de trabalho, segundo o qual o trabalho extraordinário é remunerado com acréscimo e dá direito a tempo de descanso compensatório.