O povo palestiniano teve mais um Natal de sofrimento, sem paz e com terror. Na noite de 25 para 26 de Dezembro, a aviação e a artilharia israelitas atacaram, mais uma vez, a martirizada Faixa de Gaza. Invocando a resposta ao disparo (não reivindicado por nenhuma organização palestiniana) de dois rockets, Israel disparou cinco mísseis que atingiram um hospital pediátrico, um centro de reabilitação de pessoas com deficiência e várias habitações. Uma criança de seis anos e um jovem de 20 foram feridos, várias crianças que estavam hospitalizadas sofreram ferimentos ligeiros.

Sucederam-se vários outros ataques na zona centro e sul da Faixa de Gaza, causando vários danos. No dia 27, na Cisjordânia, o exército israelita invadiu o Complexo Médico de Ramallah (onde são tratados doentes COVID), causando o pânico com ataques de gás lacrimogéneo e balas de borracha e ferindo pessoal médico e pacientes.

Tais crimes, ignorados pela chamada «comunidade internacional», são tão mais ignóbeis quanto o povo palestiniano está a braços com uma situação de saúde catastrófica. Na Faixa de Gaza, a taxa de infecção por SARS COV-2 já ultrapassou os 35% dos cidadãos testados. O cerco israelita imposto há 13 anos àquele território está a impedir a entrada de medicamentos e a saída de doentes para o Egipto.

A situação social é devastadora com 60% da população desempregada, 70% em risco de segurança alimentar e 85% a viver abaixo do limiar da pobreza. Exactamente nos dias em que se assinalam os 12 anos da criminosa operação «chumbo fundido» que precedeu a tomada de posse de Obama, Israel desfere novos ataques, prepara-se para «legalizar» milhares de unidades habitacionais nos colonatos israelitas e é brindado com a «normalização» das relações com Marrocos, que em troca «recebe» o apoio dos EUA à ocupação ilegal do Sara Ocidental. Cá estaremos para ver se a tão comemorada «mudança» nos EUA, significará, com Biden, uma reversão na política de terra queimada e de factos consumados dos EUA. Até agora, o seu silêncio é também de chumbo.