Paulo Raimundo
Membro do Secretariado

O Movimento Operário e Sindical

A classe operária e os trabalhadores, organizados nos seus sindicatos de classe, têm na CGTP-IN a organização firme, consequente e de confiança que, em todos os momentos da sua história, cumpriu o seu papel e assumiu as suas responsabilidades em defesa dos trabalhadores e do País.

Uma organização que levando à prática a sua declaração de princípios e objectivos programáticos desenvolve a luta dos trabalhadores pelos seus interesses imediatos, interligando-a com a luta mais geral pela transformação social, pela sociedade sem explorados nem exploradores.

Uma organização cuja força radica na sua natureza de classe e pelo respeito dos seus princípios e características: organização de massas, unitária, democrática, independente e solidária.

Uma influência que advém da regular e diária presença e intervenção dos sindicatos nos locais de trabalho, junto dos trabalhadores e na luta pelos seus direitos.

Papel, princípios e características, reafirmados no 14.º Congresso, realizado em Fevereiro deste ano, que confirmou a CGTP-IN e o Movimento Sindical Unitário como força social determinante e insubstituível nas batalhas do presente e do futuro.

Uma força com quem os trabalhadores contam, uma força cujo inimigo de classe conhece bem.

Organização e luta

O capitalismo, com a sua natureza exploradora, opressora, agressiva e predadora, enfrentando a sua crise estrutural, procura apropriar-se dos progressos da ciência e da técnica, aumentar a exploração, concentrar a riqueza e, tudo faz para a pretexto da epidemia atacar direitos ao mesmo tempo que dinamiza uma brutal ofensiva ideológica.

A partir de centros de comando e sectores reacionários, com vastos e diversos apoios e aproveitando problemas e insatisfações reais, foi visível a estratégia do capital no fomento, manutenção e criação de organizações divisionistas ao seu serviço.

Desde o apoio à UGT, passando pelo corporativismo, até às operações de criação de estruturas sindicais tudo serviu e serve para tentar enfraquecer o Movimento Sindical Unitário e a CGTP-IN, travar a resistência e criminalizar a luta.

A esta ofensiva o Movimento Sindical Unitário respondeu e responde com o reforço da sua natureza de classe, organização, unidade e luta consequente; respondeu e responde com 115 mil novas sindicalizações e 13 mil novos delegados sindicais, respondeu e responde com o rejuvenescimento de dirigentes e activistas em inúmeras eleições sindicais.

À estratégia do Capital o Movimento Sindical Unitário respondeu e responde com a estratégia do trabalho: ligação aos trabalhadores, dinamização da luta organizada.

Uma luta que se desenvolve neste período particularmente exigente e onde se destaca pela audácia, coragem e determinação, a jornada do 1.º de Maio.

Ligação aos locais de trabalho e aos trabalhadores, dinamização da luta, é este o caminho certo e seguro, é este o caminho em que os comunistas se empenham, é este o caminho a que o inimigo tudo faz para travar.

O papel dos comunistas

E aí estão novamente as velhas linhas de ataque à influência dos comunistas no movimento sindical com as já gastas acusações de imposições ou ingerências.

Os novos e velhos problemas que os trabalhadores enfrentam não resultam da influência dos comunistas no Movimento Sindical Unitário, são, isso sim, fruto da exploração capitalista e das opções da política de direita dos sucessivos governos do PS, PSD e CDS.

Ao contrário do que nos acusam, os comunistas são, com o envolvimento de todos os outros activistas sindicais, de diferentes opções políticas e religiosas, o garante da natureza de classe, do carácter unitário, da autonomia, independência e da combatividade do Movimento Sindical Unitário.

É este o nosso papel, é esta a nossa postura e é por isso que os trabalhadores confiam nos comunistas e os elegem em listas unitárias, para as suas estruturas representativas.

Ao contrário do que pretende o inimigo, os trabalhadores contam com os comunistas para o reforço da sindicalização e da organização sindical, para o desenvolvimento da luta reivindicativa, para a acção integrada a partir dos locais de trabalho, para o combate firme às tentativas de limitar ou impedir o direito de acção e organização sindical, o direito à greve ou à manifestação.

Ao contrário do que pretende o inimigo, os trabalhadores contam com os comunistas para a resistência e para a luta, sabem que os comunistas não baixam os braços, não alimentam o medo e não contribuem para ajudar o capital no seu objectivo de roubo de direitos.

Ao contrário do que pretende o inimigo, os trabalhadores contam com os comunistas para, tal como estamos aqui a fazer no XXI Congresso e os milhares de trabalhadores em centenas de empresas e locais de trabalho pelo País fora, lutar pelo aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional; pela valorização das profissões e das carreiras; pela defesa do emprego com direitos e contra a precariedade; pela passagem ao quadro de todos os trabalhadores que desempenham funções de carácter permanente; pelas 35 horas de trabalho normal semanal e contra a desregulação dos horários; por condições de protecção da segurança e saúde; pela contratação colectiva e a revogação das normas gravosas da legislação laboral; pela defesa e reforço dos serviços públicos e das funções sociais do Estado.

Queriam e querem que ficássemos parados, enquanto nos roubam os salários e os direitos.

Queriam e queremos que os comunistas deixem de influenciar o Movimento Sindical Unitário para a resistência e a luta, para que fiquem com o caminho livre para mais e novos ataques.

Queriam e querem-nos quietos em casa, mas daqui só levam determinação, firmeza e luta.

Estivemos, estamos e estaremos na luta, que é de resistência, avanços e recuos, uma luta para a qual o movimento sindical unitário terá nos comunistas que nela participam, aqueles que estarão sempre na primeira linha do combate.

Terminamos com uma saudação especial a todos os trabalhadores, a todos os dirigentes e activistas sindicais, a todos os sindicatos do Movimento Sindical Unitário, a todos os que há 50 anos fundaram a Intersindical a todos os que todos os dias constroem a CGTP-IN, a grande central sindical dos trabalhadores em Portugal.

A todos eles um agradecimento e uma calorosa saudação.

(subtítulos da responsabilidade da redacção)




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