XXI Congresso do PCP: organizar, lutar, avançar

Carlos Gonçalves (Membro da Comissão Política)

A terceira fase da preparação do XXI Congresso do PCP, de discussão das Teses – Projecto de Resolução Política, submetido a debate do Partido por decisão do Comité Central de 20 de Setembro, e de eleição dos delegados, é a primeira prioridade de todas as organizações e militantes.

O XXI Congresso é um processo e um momento decisivo do reforço e afirmação do PCP

Assegurar o cumprimento desta decisão é muito importante para o Partido, mas não é um processo simples, porque é indispensável a sua rigorosa organização e a mobilização atempada de todos os membros do Partido para participarem nas respectivas assembleias plenárias, o que se revela mais exigente na actual situação sanitária. E também porque o PCP não fecha para Congresso, isto é, prossegue a acção de massas e a militância dos comunistas de forma intensa nas múltiplas frentes, nas lutas dos trabalhadores e do povo, no reforço do Partido e na intervenção política, eleitoral e institucional, por uma política e uma alternativa patriótica e de esquerda.

As Teses elaboradas pelo Comité Central, após uma primeira fase de auscultação ao Partido sobre as matérias a incluir, são um contributo muito importante sobre a situação internacional e nacional, a luta e o Partido – tratados nos quatro capítulos do projecto de Resolução Política –, e sobretudo são um texto essencial para discussão, aberto ao contributo de todos os militantes, à proposta individual e à reflexão colectiva.

É este o processo em que cada um e todos os militantes comunistas têm ainda mais a possibilidade, o direito e o imperativo exaltante, de classe, democrático e revolucionário, de contribuir para apontar a linha de orientação do seu Partido, no geral e no específico, tendo presente que se mantém a vigência do Programa do PCP para esta fase de luta pela democracia avançada, com os valores de Abril no futuro de Portugal, no caminho para uma sociedade socialista no nosso País.

E esta é uma prerrogativa dos comunistas, inexistente e inatingível em qualquer partido dos que servem as classes dominantes, cujos «aderentes» se limitam a referendar «chefes» e cuja linha se define pelo grau da sua subserviência ao poder económico.

Entretanto, começou a campanha negra para ocultar e mistificar o Congresso e as suas decisões, e vai subir o nível de agressividade – os directórios do anticomunismo estão a laborar nas velhas e novas intrigas e calúnias do ódio de classe ao PCP, ao seu funcionamento, quadros e direcção. Mas temos a experiência, determinação e confiança para esta batalha. O Congresso decidirá o melhor para o Partido.

Um Congresso muito importante

Todos os Congressos do PCP são importantes na luta dos trabalhadores e do povo e na afirmação do ideal e projecto comunistas, mas esta reunião do órgão supremo do Partido decorre num quadro que releva o significado das decisões que vai tomar.

O XXI Congresso é chamado a dar um contributo importante para juntar forças e vontades para travar esta brutal ofensiva do imperialismo, de exploração e opressão, no contexto da pandemia e da campanha do medo, de deriva militarista, agressão e guerra.

É chamado a decidir as batalhas e orientações para a luta e a ruptura necessária com a política de direita, do PS, PSD e CDS, e para uma alternativa patriótica, de soberania e desenvolvimento, e de esquerda, do lado dos trabalhadores e do povo, das classes, camadas e sectores antimonopolistas.

No percurso de coerência e coragem de quase 100 anos de vida e luta do PCP, ao serviço dos trabalhadores, do povo e da Pátria, o XXI Congresso é um processo e um momento decisivo do reforço e afirmação deste Partido Comunista Português, indispensável e insubstituível para abrir caminho ao futuro de Portugal.




Mais artigos de: Opinião

Desnudados

A voragem mediática e mediatizável tem destas coisas: pela espuma do dia, ou por via deste ou daquele episódio sensacionalista, esvai-se o essencial. O exibicionismo que Marcelo Rebelo de Sousa quis patentear no acto de vacinação sendo o que é, só foi em termos de dimensão pública o que a comunicação social quis que...

Nós

Sob o título «Nós, Portugueses», deparámo-nos, no canal público de televisão, com um programa com o anunciado objectivo de problematizar o País que somos e para onde vamos. Pelo meio de velhas atoardas, por exemplo, contra a redução do valor das propinas, ou de afirmações pouco rigorosas como haver hoje «desigualdades...

Um MC que não se enxerga

O Ministério da Cultura encomendou a uma consultora britânica um Plano Estratégico do Instituto do Cinema e do Audiovisual. Apresentado (em inglês!) a 9 de Outubro, desencadeou um amplíssimo movimento de contestação e rejeição. Perante um sector em profunda crise o que o MC propõe é encher ainda mais os cofres de algumas...

De tanga

Vacinar, vacinar, vacinar. A recomendação está na ordem do dia, não só por causa dos riscos acrescidos pela COVID-19, mas também e se calhar mesmo sobretudo pelo incentivo que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa veio trazer à justa causa da prevenção no combate à gripe. Por esta altura poucos serão os que ainda não...

Trump e UE

A pandemia faz estragos, mas o imperialismo não dá tréguas. O primeiro Director-Geral da Organização para a Proibição das Armas Químicas, OPAQ, foi impedido de testemunhar no Conselho de Segurança da ONU por EUA, Inglaterra e França (abrilabril.pt, 15.10.20). O brasileiro Bustani ia defender os inspectores dissidentes da...