Venezuela prepara eleições democráticas e Estados Unidos aplicam novas sanções
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou na segunda-feira, 14, que estão concluídos os cadernos eleitorais tendo em vista as eleições parlamentares de 6 de Dezembro próximo. Foram registados 20 milhões, 710 mil e 421 cidadãos eleitores.
A presidente da CNE, Indira Alfonzo, revelou que se cumpriram todas as formalidades legais e o registo eleitoral está pronto e servirá de base para a votação destinada a escolher os novos membros da Assembleia Nacional, o parlamento venezuelano constituído por uma só câmara.
Um total de 107 organizações políticas nacionais, regionais e em representação das comunidades indígenas apresentaram mais de 14 mil candidatos às eleições do final do ano.
A renovação da CNE e a convocação das eleições legislativas fizeram parte dos acordos emanados da mesa de diálogo nacional instalada em Setembro de 2019 com a participação do governo bolivariano e de diversos partidos da oposição.
No início desta semana, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) condenou a recente agressão do governo dos EUA contra a presidente da CNE, a quem foram aplicadas por Washington sanções… por desempenhar aquele cargo.
A direcção do PSUV qualificou o novo acto de ingerência como «uma prova mais do desespero imperialista e dos seus lacaios locais, perante o avanço do cenário democrático» rumo às eleições legislativas. Acrescenta que «as ditas sanções pretendem questionar a independência política e a dignidade patriótica e democrática da CNE».
O PSUV instou o povo venezuelano para dar o máximo apoio à presidente da CNE e à legitimidade e independência institucional do órgão eleitoral. Além disso, reiterou o apelo para uma participação massiva na ida às urnas nas próximas eleições. E reafirmou o compromisso de respeitar os resultados saídos do sufrágio para renovar o parlamento.
Também o governo bolivariano rejeitou as sanções contra Indira Alfonzo, outros membros da CNE e o procurador-geral da República, Reinaldo Muñoz. «Nenhuma pressão externa poderá evitar que o povo venezuelano exerça o seu direito ao voto e decida o seu destino de maneira soberana», afirma o executivo. E enfatiza, confirmando a vontade do povo venezuelano de construir o seu próprio futuro em democracia e paz: «Nenhuma ameaça, fruto do desespero e fracasso da Casa Branca, travará o exercício pleno das nossas garantias democráticas».