Nem privilégio nem discriminação
O rolo compressor que foi posto em marcha na tentativa de arrasar a Festa do Avante! não se move propriamente na base de critérios de racionalidade e muito menos de verdade. O seu objectivo é só um: atingir o PCP e, por seu intermédio, limitar e condicionar todos quantos tenham a ousadia de enfrentar a campanha do medo e da intoxicação, exercendo, com responsabilidade e determinação, os direitos políticos e democráticos consagrados na Constituição.
Pouco importa se há ruas, esplanadas e praias cheias de gente um pouco por todo o lado, quando as TV só mostram as multidões que sempre esconderam na Atalaia. Alguém conhece os «planos de contingência» dos centros comerciais, das grandes empresas industriais ou de logística, das Feiras do Livro do Porto e de Lisboa (que estão a decorrer) ou das celebrações religiosas do 13 de Agosto em Fátima? Os «festivais estão proibidos»!!! E o Festival F que está a decorrer em Faro, ou as «Noites do Palácio» no Porto e as «Noites de Verão» em Gaia e os inúmeros concertos que estão a decorrer em recintos fechados? Só a Ticketline anuncia mais de uma dezena de espectáculos musicais que irão decorrer precisamente nos dias 4,5 e 6 de Setembro. Dizem que os visitantes da Festa são um «perigo» para o comércio no Seixal mas milhares de turistas britânicos ou as grandes provas de desportos motorizados já são essenciais para o turismo e o comércio no Algarve. E nos locais de trabalho, nos transportes públicos, no dia a dia de milhões de pessoas, não há riscos, ou estes estão apenas concentrados nos 30 hectares de espaço ao ar livre, de corredores próprios de circulação com centenas de locais de higienização na Quinta da Atalaia?
Na verdade o suposto privilégio do PCP visa na prática justificar a sua discriminação e dar gás à pulsão antidemocrática, a que a Festa do Avante! será uma importante resposta.