China, Cuba e Rússia avançam com vacinas contra a COVID-19

Di­versos países anun­ci­aram avanços no de­sen­vol­vi­mento de va­cinas contra a COVID-19, que se en­con­tram em di­fe­rentes fases clí­nicas.

Em Mos­covo, o mi­nistro da Saúde, Mi­kail Mu­rashko, afirmou na terça-feira, 25, que o re­cru­ta­mento de vo­lun­tá­rios para os en­saios pos­te­ri­ores ao re­gisto da pri­meira va­cina russa, a Sputnik V, co­meça na pró­xima se­mana. Em pa­ra­lelo, a va­cina será «uti­li­zada na prá­tica clí­nica», adi­antou.

A Sputnik V foi re­gis­tada a 11 deste mês. Pre­vi­a­mente, em Junho e Julho, passou os en­saios clí­nicos, du­rante os quais mos­trou «um perfil de se­gu­rança muito bom», ex­plicou Denís Lo­gunov, do Ins­ti­tuto de In­ves­ti­gação de Epi­de­mi­o­logia e Mi­cro­bi­o­logia Ga­ma­leya, em Mos­covo, que criou a va­cina, em co­o­pe­ração com o Mi­nis­tério da De­fesa. Pre­cisou que du­rante os en­saios «não se re­por­taram efeitos se­cun­dá­rios graves» e «100 por cento dos vo­lun­tá­rios de­sen­vol­veram an­ti­corpos neu­tra­li­zantes do vírus».

Vai agora co­meçar a fase 3 do en­saio do me­di­ca­mento, com a par­ti­ci­pação de 40 mil pes­soas. Além de vo­lun­tá­rios russos, nesta fase par­ti­cipam pelo menos dois mil me­xi­canos e 500 ve­ne­zu­e­lanos, se­gundo por­me­no­ri­zaram as au­to­ri­dades dos dois países la­tino-ame­ri­canos.

«Esta etapa de en­saios clí­nicos será le­vada a cabo cum­prindo-se ple­na­mente as normas in­ter­na­ci­o­nais», as­se­gurou o di­rector do Fundo Russo de In­ves­ti­mento Di­recto, Kiril Dmí­triev, que fi­nancia o pro­jecto. Acres­centou que os es­pe­ci­a­listas russos contam com a as­ses­soria de grandes or­ga­ni­za­ções oci­den­tais para que os es­tudos cum­pram as exi­gên­cias in­ter­na­ci­o­nais.

China testa oito va­cinas

Em Pe­quim, a im­prensa no­ti­ciou, no dia 23, que a China aprovou o uso de al­gumas das va­cinas contra a COVID-19 de­sen­vol­vidas no país como pre­venção face a um pos­sível novo surto pan­dé­mico no Ou­tono e In­verno.

Zheng Zhongwei, res­pon­sável go­ver­na­mental por esta área, in­formou que os planos apro­vados in­cluem a emissão de cartas de con­sen­ti­mento mé­dico, vi­gi­lância dos efeitos ad­versos e com­pen­sação para ga­rantir a apli­cação ade­quada e con­tro­lada dos me­di­ca­mentos. O pro­cesso será re­a­li­zado de acordo com as leis na­ci­o­nais e im­pli­cará a uti­li­zação das va­cinas can­di­datas, que ainda não ter­mi­naram os testes clí­nicos, em grupos de alto risco.

Tra­ba­lha­dores da saúde e fun­ci­o­ná­rios pú­blicos serão os pri­meiros grupos a re­ceber os pre­pa­rados contra a COVID-19, porque podem ser in­fec­tados com o co­ro­na­vírus SARS-CoV-2 en­quanto dão as­sis­tência à po­pu­lação. Zheng as­se­gurou que, pos­te­ri­or­mente, está pre­visto am­pliar a ino­cu­lação a ou­tros seg­mentos da so­ciais.

A China sub­mete a di­fe­rentes etapas de en­saios pelo menos oito va­cinas can­di­datas, que estão a ser tes­tadas em di­fe­rentes países com os quais foram es­ta­be­le­cidos con­vé­nios.

So­be­rana-01

Em Ha­vana, a pri­meira va­cina can­di­data cu­bana contra a COVID-19, iden­ti­fi­cada pelas si­glas Finlay-FR-1, en­trou no dia 24 na fase de en­saios clí­nicos em hu­manos.

De acordo com a co­mu­ni­dade ci­en­tí­fica de Cuba, a se­gunda fase deste pro­cesso está pro­gra­mada para 11 de Se­tembro, de­pois de o fár­maco ter sido tes­tado em 676 vo­lun­tá­rios.

A va­cina can­di­data – com o nome co­mer­cial de So­be­rana 01 – é fruto da ex­pe­ri­ência acu­mu­lada por Cuba na me­di­cina pre­ven­tiva, na imu­ni­zação mas­siva e no avanço da sua in­dús­tria bi­o­far­ma­cêu­tica.

Cuba ocupa o 30.º lugar entre as mais de 200 can­di­datas va­ci­nais contra a COVID-19 em de­sen­vol­vi­mento em todo o mundo. Apenas 30, in­cluída a de Cuba, con­se­guiram apro­vação para ini­ciar en­saios clí­nicos.

Os países que hoje têm mais va­cinas em fase de en­saios são China, EUA, Reino Unido, Rússia, Aus­trália, Japão e Ale­manha.




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