Enfermeiros exigem valorização sem injustiças

PROGRESSÃO Os aplausos ao papel dos profissionais de Saúde não se reflectiram em medidas do Governo para permitir aos enfermeiros a evolução na carreira ou para acabar com a precariedade e discriminações.

É negada a evolução na carreira a mais de 20 mil enfermeiros

Lusa

«Não estamos a exigir aumentos salariais, queremos a justa solução para os problemas dos enfermeiros», destacou o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, no final de uma iniciativa de protesto realizada frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, no dia 30 de Julho, onde o deputado João Dias reafirmou a solidariedade activa do PCP com a luta dos profissionais de enfermagem.

Sob o mote «Vícios privados, públicas virtudes», umas dezenas de dirigentes e activistas do SEP/CGTP-IN denunciaram o contraste entre a prontidão do Governo para atribuir milhares de milhões de euros a parcerias público-privadas (PPP) ou à banca, e a negação das verbas necessárias para melhores condições no Serviço Nacional de Saúde e para a valorização dos seus profissionais.

Numa moção entregue ao cuidado da ministra, o SEP enumerou as principais reivindicações que motivaram esta iniciativa, parte de um amplo conjunto de lutas que têm decorrido nas últimas semanas: contagem justa de pontos (anos) para progressão na carreira (prejudicando cerca de 20 mil enfermeiros); compensação por risco e penosidade, com condições especiais de aposentação; pagamento da última tranche (25%) do descongelamento da carreira aos enfermeiros que passaram para categoria diferente; reconhecimento de uma carreira única; admissão de mais enfermeiros.

As acções realizadas por todo o País acrescentam mais detalhe a estas exigências.

Hoje, dia 6, às 11 horas, o SEP vai denunciar, junto à sede da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a falta de respostas às propostas sindicais para o problema das progressões, agravada pela não validação das avaliações de desempenho de 2004 a 2014.

Para ontem, estava agendada uma concentração frente ao IPO de Coimbra, destacando a exigência de medidas da administração para acabar com a discriminação entre enfermeiros, consoante têm contratos de trabalho individuais ou em funções públicas.

No dia 12, quarta-feira, no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, será salientado que os enfermeiros das PPP não são «de segunda», exigindo o fim deste modelo de gestão e enfatizando a reivindicação das 35 horas semanais e o cumprimento dos direitos de parentalidade.

Ocorreram acções de luta de enfermeiros em Lisboa (14 de Julho, Hospital de São José, realçando o SEP que o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central é a única instituição que não considera a totalidade dos pontos de 2004 a 2014), no Porto (dia 23, iniciativa regional no Hospital de São João), nos hospitais de Bragança e Évora (dia 21), em Coimbra (dia 27, na Praça 8 de Maio, exposição), no Hospital de Aveiro (dia 28, ao fim da manhã, onde compareceu, solidária, uma delegação da direcção regional do PCP), no Centro Hospitalar do Médio Tejo (hospitais de Abrantes, dia 29, e Santarém, dia 4), em Almada (dia 28, Hospital Garcia de Orta) e na Guarda (dia 3, Hospital Sousa Martins).

 



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