Parlamentares apoiam deputado ameaçado de destituição no Chile
No Chile, um total de 65 legisladores de bancadas parlamentares da oposição expressaram na terça-feira, 14, o seu apoio ao deputado comunista Hugo Gutiérrez, ameaçado por um processo de destituição promovido pela direita.
Os deputados assinaram uma carta em que referem que a acção apresentada por integrantes da bancada governamental Chile Vamos contra Gutiérrez mostra claramente de que se trata de uma perseguição política contra o parlamentar do Partido Comunista do Chile.
Gutiérrez é acusado no Tribunal Constitucional por suposto incitamento à violência durante os protestos populares que se iniciaram a 18 de Outubro de 2019, embora essas acusações careçam de fundamento constitucional.
A carta foi assinada, entre outros, pelos chefes de bancada do Partido pela Democracia (PPD), Raúl Soto, e do Partido Socialista (PS), Luis Rocafull; pela presidente da Revolução Democrática (RD), Catalina Pérez; e pelo deputado Gabriel Silber, da Democracia Cristã. Também assinaram parlamentares do Partido Humanista, Partido Liberal, Federação Regionalista Verde Social, Convergência Social, Partido Ecologista Verde, Partido Radical e Revolução Democrática, bem como independentes.
Na missiva, os legisladores de diferentes forças políticas expressam «profunda preocupação pela tentativa de deputados de Chile Vamos para destituir via Tribunal Constitucional o deputado democraticamente eleito Hugo Gutiérrez Gálvez». Acrescentam que a crise de legitimidade das instituições chilenas e em particular do Congresso Nacional, «não se consegue conter nem superar com confrontos judiciais que caricaturam a actuação dos membros do Congresso».
Além disso, assinalam a sua «profunda rejeição pelas acções empreendidas para destituir o deputado Hugo Gutiérrez» e manifestam esperança de que «se ponha termo a um processo ilegítimo e antidemocrático».
Esta não é a primeira vez que parlamentares de esquerda são acusados de maneira semelhante a esta. Em Novembro do ano passado o oficialismo apresentou uma queixa contra 12 deputados do Partido Comunista e da Frente Ampla, que também pretendia afastar dos seus cargos, mas o processo não avançou.