Rússia garantirá a sua defesa se EUA abandonarem START-3

NUCLEAR Face à possibilidade de os EUA não renovarem o tratado START-3, a Rússia afirma estar preparada para qualquer cenário e assegura que garantirá a sua segurança. O tratado expira em Fevereiro de 2021 e decorrem conversações entre os dois países.

«A situação em matéria de segurança e estabilidade estratégica internacional está a deteriorar-se»

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguéi Lavrov, afirmou que o país assegurará a sua segurança, mesmo no caso de os Estados Unidos não quererem renovar Tratado de Redução e Eliminação de Armas Estratégicas Ofensivas (START-3).

«Temos a certeza absoluta de que garantiremos a nossa segurança mesmo sem esse tratado», enfatizou Lavrov, no dia 10, em Moscovo, sobre o acordo que expira em Fevereiro do próximo ano.

O Start-3 é actualmente o único acordo que vincula os EUA e a Rússia desde Agosto de 2019, quando Washington rompeu com o Tratado de Eliminação de Mísseis de Curto e Médio Alcance (INF), assinado em 2010.

Em finais de Junho último, Rússia e EUA discutiram em Viena as possibilidades de estender pelo menos por cinco anos mais o Tratado START-3, subscrito há uma década, em Praga, limitando os arsenais das duas potências nucleares.

Segundo a agência Sputnik, Lavrov sublinhou que Moscovo está preparado para qualquer cenário face à possível saída dos norte-americanos do tratado. Reiterou, contudo, que o seu país «continuará a apostar no diálogo com os EUA sobre a problemática estratégica e os novos instrumentos de controlo de armas».

O chefe da diplomacia russa chamou a atenção para a importância de uma prorrogação do acordo, necessária na mesma medida tanto para Moscovo como para Washington. Lavrov realçou que os riscos em matéria nuclear aumentaram significativamente nos últimos tempos. «A situação em matéria de segurança e estabilidade estratégica internacional está a deteriorar-se», constatou.

O governante russo acusou os EUA de ser o causador desta situação, ao pretender «recuperar o domínio global e conseguir a vitória no que apelida de rivalidade das grandes potências». Segundo o ministro, Washington renunciou à expressão «estabilidade estratégica» e substituiu-a por «rivalidade estratégica».

Lavrov disse que durante a futura cimeira dos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido), ainda sem data marcada, o seu país promoverá a tese de que se deve evitar uma guerra nuclear. E considerou preocupante que a Casa Branca renuncie a reconhecer que é inadmissível uma guerra nuclear: «Estamos preocupados que os EUA levem já dois anos sem confirmar esse princípio fundamental, o postulado de que não pode haver vencedores numa guerra nuclear, pelo que ela nunca deveria ter lugar».

 



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