Defender os direitos de estudantes e trabalhadores no Ensino Superior
O surto epidemiológico trouxe problemas novos e agravou outros no Ensino Superior Público. Se a situação já era difícil mais difícil ficou para estudantes, trabalhadores e instituições. Dar-lhe resposta é o que faz um diploma do PCP.
Estudantes e famílias estão a viver graves dificuldades
Trata-se de um projecto de lei com medidas excepcionais e temporárias direccionadas para a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores e estudantes deste grau de ensino.
«Não podemos permitir que o Ensino Superior saia mais fraco, mais elitista, menos democrático e com menos qualidade deste surto. Hoje como sempre o conhecimento é e será não uma despesa mas um investimento fundamental para fazer avançar o País», afirmou a deputada comunista Alma Rivera, sintetizando o espírito que presidiu à elaboração do diploma da sua bancada. Em debate no passado dia 26, o texto baixou à comissão de Educação, Ciência, Juventude e Desporto, sem votação, por 30 dias.
Atendendo às dificuldades pedagógicas e de acompanhamento das aulas não presenciais, nele se propõe que os estudantes tenham a possibilidade de aceder a todas as épocas de exames e que as avaliações sejam preferencialmente presenciais. A suspensão das prescrições é outra das medidas preconizadas pelo PCP, que defende igualmente que os estudantes não sejam prejudicados no acesso a novos ciclos de estudos, caso não tenham terminado o anterior.
Remover obstáculos
Quanto aos trabalhadores das instituições de Ensino Superior, o PCP defende que os contratos a termo certo sejam alvo de prorrogação e que o mesmo se aplique, como anotou Alma Rivera, à entrega de teses pelos docentes do ensino politécnico em regime transitório.
Os problemas do Ensino Superior não se circunscrevem porém neste plano. Outros há que recaem com grande peso sobre os estudantes e suas famílias, assumindo-se como «obstáculos» que se transformam em verdadeiros «muros», como observou a parlamentar comunista.
«Falamos das propinas, dos custos de alojamento, a falta de residências, da falta de bolsas de estudo e do seu valor insuficiente», sumariou, sublinhando que as consequências destas barreiras aí estão: «já há abandono escolar e muitos não sabem se no próximo ano irão matricular-se».
Contribuir para as remover era, pois, o propósito de um outro projecto de lei do PCP, dirigido para o reforço dos apoios no âmbito da Acção Social Escolar no Ensino Superior. Nele se inscreviam medidas importantes como o aumento do valor do complemento de alojamento ou a reavaliação do valor da bolsa no sentido da sua majoração. Infelizmente, por ora, nenhuma dessas medidas verá a luz dia, porque a isso se opuseram PS, PSD, CDS e IL, chumbando o diploma do PCP.