A pandemia não pára a luta mas a luta pára a pandemia

António Santos

Só a classe trabalhadora pode travar a pandemia da «COVID-19». Nos EUA, onde se registam 40 000 novos casos diários, os trabalhadores encabeçam a luta contra a presidência, o grande capital e os governadores dos Estados por uma política que salve vidas.

Na passada quinta-feira, Trump que, para além dos testes, não tem qualquer plano para conter a pandemia, voltou a pedir ao Supremo Tribunal que derrube o Affordable Care Act, também conhecido como Obamacare, decisão que deixaria sem acesso à saúde mais 23 milhões de pessoas. Embora esta intenção de Trump já tenha sido chumbada duas vezes pelo mesmo tribunal, a pressão sobre o judicial tem aumentado proporcionalmente às exigências de Trump, que até esta parte exigia desmantelar apenas algumas partes do Obamacare mas agora reivindica a sua destruição completa.

Mas enquanto que para o presidente dos EUA, é preciso atingir «o ponto de equilíbrio perfeito» entre o número de mortos e os danos causados à economia, os trabalhadores prosseguem a luta em defesa da vida humana e do trabalho com direitos e segurança.

Em dezenas de fábricas por todo o país, milhares de trabalhadores têm promovido greves contra o trabalho sem condições de segurança.

É o caso de duas fábricas da Fiat Chrysler no Michigan, a FCA Jefferson North e a FCA Sterling Heights, que paralisaram a 100 por cento na semana passada. Nas duas unidades de produção, somam-se os testes positivos, mas a produção mantém-se inalterada, sem quaisquer cuidados sanitários.

Na passada sexta-feira, todos os enfermeiros do HCA Healthcare de Riverside, na Califórnia, também fizeram greve para exigir a contratação de mais pessoal e a compra de equipamento individual de protecção para todos os trabalhadores.

No sábado, um buzinão promovido pelos trabalhadores do Disneyland Resort paralisou as principais artérias de Anaheim, na Califórnia, em protesto contra a decisão de reabrir o resort sem a existência de um plano de contingência.

No Illinois, os enfermeiros do Amita Health Saint Joseph, em Joliet, entram em greve no dia 4 de Julho, prometendo mantê-la até conseguirem aumentos salariais, condições de segurança e a contratação de mais pessoal.

No Maine, 4000 operários navais da Bath Iron Works mantêm-se em greve há uma semana para impedir o patronato de continuar a recorrer à subcontratação e à precariedade através do recurso ao regime de outsourcing.

Mais a Norte, no Canadá, trabalhadores de duas das principais cadeias de hipermercados, a Safeway e a Jean Coutu votaram a favor da marcação de greves de duração indefinida em defesa da manutenção do subsídio de risco, por aumentos nas pensões e por mais condições de segurança.




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