Proibir ajuntamentos
Rui Pedro Vieira; Camilo Lourenço; João Miguel Tavares; Diniz de Abreu; Vítor Rainho; Catarina Martins; Miguel Sousa Tavares; Telmo Correia; José Diogo Quintela; Tiago Dores; Pedro Ochoa; Diogo Piçarra; Ferreira Fernandes; Eduardo Oliveira e Silva; Luís Marques Mendes; Adriano Centeno; Tiago Rebelo. Entre 8 e 28 de Maio todos estes se pronunciaram na imprensa escrita – e num determinado sentido – sobre a Festa do Avante!. Se se juntassem os comentários televisivos e radiofónicos a lista só não se ampliava muito mais porque uma parte destes personagens opina em tudo o que é media.
Embora com tons e cautelas diversas, a posição de fundo é a mesma: a Festa não deve realizar-se. Mas para os que falam mais claro a Festa deve ser proibida. A esses, caiu-lhes do céu a pandemia: dá-lhes um argumento «sanitário» para um objectivo político.
Preocupa-os a saúde? Lendo a prosa raivosamente anticomunista de alguns quase que se esperaria vê-los, pelo contrário, a defender não só a realização da Festa como uma Festa de massas, com muitos milhares de participantes a acotovelar-se. Não seria esse afinal o caminho para uma hecatombe de comunistas e dos muitos não comunistas que fraternalmente participam na Festa?
Claro que a questão não é essa. O «estado de emergência» alimentou – sobretudo à direita – a velha e vesga mentalidade proibicionista que no fundamental quereria proibir os trabalhadores e o povo de se juntarem, na Festa e na luta. Tal como desejam eternizar o teletrabalho, quereriam eternizar a «tele-política»: a que exercem, sem contraditório, nos media onde pontificam.
O PCP tem agido com toda a serenidade perante este coro. Haja ou não Festa em 2020, está mais uma vez demonstrada a enorme importância política da Festa do Avante!.