Animais selvagens destroem culturas no distrito de Coimbra

PREJUÍZOS Os animais selvagens continuam a causar enormes prejuízos aos agricultores. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e o Governo continuam sem tomar medidas.

Têm sido enormes os prejuízos dos agricultores e da lavoura

O alerta é da Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO). «No distrito de Coimbra, os javalis, e, nalgumas zonas, também veados e corças, continuam a invadir as explorações agrícolas e florestais», causando «grandes prejuízos em várias culturas, sazonais e permanentes» e até «em vedações e sistemas de rega instalados», refere a associação, em comunicado divulgado na segunda-feira, 25.

Com a situação «fora de controlo» têm «sido enormes os prejuízos dos agricultores e da lavoura, a ponto de centenas de pequenos e médios agricultores estarem a ser obrigados a deixar de produzir». «O Ministério da Agricultura e o ICNF não têm tomado medidas eficazes de controlo das populações de animais selvagens», acusa a ADACO, que, recentemente, enviou ao ICNF uma nova exposição reclamando a tomada de medidas para resolver o problema, nomeadamente a atribuição de indemnizações pelos prejuízos, bem como o controlo sanitário e do número das populações destes animais.

«As indemnizações devem ser pagas, sobretudo, nesta situação de crise, aos pequenos e médios agricultores, através do ICNF e do Governo», reclamam os agricultores de Coimbra, que não aceitam as desculpas de falta de verbas, uma vez que o ICNF recebe, por ano, mais de 10 milhões de euros das zonas de caça e das licenças dos caçadores.

Promessa por cumprir
Na resposta à exposição da ADACO, o Instituto – além da informação de que as zonas de caça associativa são as responsáveis pelos pagamentos das indemnizações e de duas acções de correcção de densidade de javalis nos concelhos de Miranda do Corvo e Penela, com o abate de 60 animais – alvitra que também cabe aos agricultores minimizarem a ocorrência de prejuízos, por exemplo, instalando cercas de protecção ou outros dispositivos. Uma ideia que os agricultores contestam.

«Segundo o ICNF dá a entender, os proprietários florestais devem alcatroar as nossas florestas para evitar incêndios e os agricultores vedar as propriedades para que a agricultura não seja destruída», critica a associação, considerando urgente, isso sim, que o Instituto «vá para o terreno contabilizar os prejuízos», tal como prometeu o seu presidente em 2019.

ADACO exige:

# Controlo efectivo dos veados e corças que há cerca de 30 anos foram introduzidos na Serra da Lousã pelas organizações oficiais ligadas à floresta;

# Alteração do Decreto-Lei n.º 2/2011, de forma a responsabilizar mais o Ministério da Agricultura e da Acção Climática e o ICNF pelos prejuízos causados por animais selvagens, sobretudo nas regiões onde a situação esteja fora de controlo, e para gerir casos de incumprimento por parte de outras entidades envolvidas.

 



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