Não há recursos?
O Governo transferiu recentemente mais 850 milhões de euros para o Novo Banco que se vêm juntar aos mais de 7 mil milhões que, através do Fundo de Resolução, já foram «enterrados» naquele banco por sucessivos Governos do PSD/CDS e PS ao longo de seis anos, desde a fraudulenta resolução decidida pelo Governo PSD/CDS de Passos Coelho/Paulo Portas (2014) até à ruinosa entrega a um grupo privado, com garantias dadas pelo Estado, executada pelo Governo do PS/António Costa, que se seguiu.
Ou seja, tudo somadinho, com esta nova transferência, o Novo Banco já arrecadou do erário público a «módica» importância de cerca de 8 mil milhões de euros e, apesar disso, fica nas mãos privadas da Lone Star, um fundo abutre que sacará o mais possível ao Estado português para depois vender o banco.
Não foi por falta de aviso. O PCP opôs-se à resolução do banco que foi também imposta pela UE cujo empenho na concentração bancária é conhecido, combateu as sucessivas injecções de dinheiros públicos, via Fundo de Resolução, denunciou os perigos da privatização do banco e exigiu, desde o primeiro minuto, que o investimento efectuado fosse dirigido para o controlo público do banco em concreto e do sector, colocando-o ao serviço do desenvolvimento do País.
É por estas e por outras que quando o Governo responde que não há recursos para o aumento dos salários, para o investimento nos serviços públicos e nomeadamente no SNS, para o apoio às artes e à cultura, para o apoio aos micro, pequenos e médios empresários, aos pequenos e médios agricultores e aos pescadores, é oportuno perguntar: «afinal, não há recursos para quem?»
E, conhecendo-se antecipadamente a resposta, o melhor é prevenir o futuro e dar apoio à posição do PCP pelo controlo público do Novo Banco, única forma de o colocar ao serviço da economia e do País. E mesmo assim já com pesados custos para o povo português. Mas, como o povo também diz, casa roubada, trancas à porta.