Viva o 9 de Maio!
O combate pela verdade histórica assume uma decisiva importância
9 de Maio de 1945. Culminando uma imparável contra-ofensiva, o Exército Vermelho chega a Berlim. Hitler e a sua sinistra máquina de opressão estão derrotados. A bela imagem da bandeira vermelha no Reichtag ficará para sempre a assinalar o fim da II Guerra Mundial na Europa e a libertação da Humanidade do flagelo nazi-fascista que se propunha instaurar um império de terror por mil anos.
No ano em que passam 75 anos sobre o Dia da Vitória, com a autoridade da força que em Portugal nunca deu tréguas ao fascismo, o PCP ergue a sua voz, não apenas para recordar tão marcante acontecimento histórico, mas para que não caiam no esquecimento os monstruosos crimes praticados pelo nazismo ao serviço dos grandes monopólios alemães e para prestar homenagem a todos os combatentes pela liberdade caídos na luta e lembrar que a maior e mais decisiva contribuição para a Vitória foi a do povo soviético e do seu heróico Exército Vermelho, realidade que nenhuma mistificação pode mudar.
Evocar o 9 de Maio, e quanto ele representa, é tanto mais necessário quanto são cada vez mais descaradas e perigosas as tentativas de reescrever a história da II Guerra Mundial, branquear o fascismo, apagar as responsabilidades das chamadas «democracias ocidentais» que, com a traição de Munique, procuravam empurrar a besta nazi contra o primeiro Estado socialista, justificar crimes como o monstruoso bombardeamento atómico de Hiroshima e Nagasáqui com que os EUA procuravam impor a sua supremacia mundial. Num tempo em que os sectores mais reaccionários e agressivos do imperialismo jogam cada vez mais no fascismo e na guerra como «saída» para a crise estrutural do capitalismo, o combate pela verdade histórica assume uma decisiva importância.
Claro que não esperamos que a comunicação social dominante e a sua legião de comentadores encartados nos acompanhe, bem pelo contrário. O incómodo, a hostilidade e o ódio de classe que tantos manifestaram perante as magníficas celebrações do 25 de Abril e do 1.º de Maio, e mesmo para com a comemoração pelo PCP do 150.º aniversário de Lénine, tenderá agora a manifestar-se, quer pelo silêncio que visa apagar a importância da efeméride, quer insistindo na escalada revisionista que, como numa resolução do Parlamento Europeu, consegue a suprema perversão de responsabilizar a União Soviética pelo desencadeamento da II Guerra Mundial. As razões de fundo são as mesmas, tem a mesma natureza de classe, a mesma matriz de preconceito anticomunista e as mesmas consequências: favorecer o avanço do fascismo, do militarismo e alimentar o perigo de uma nova guerra de incalculáveis proporções.
Tudo isto torna ainda mais importante comemorar esse memorável acontecimento que foi a derrota do nazi-fascismo. E, lembrando as grandes manifestações populares e a profunda alegria com que em Portugal foi então celebrada a Vitória, combater as tentativas de banalizar (e mesmo ocultar) o conluio de Salazar com Hitler, como objectivamente faz o DN (30.04.20) ao repescar uma «agitada e sensacional entrevista ( de António Ferro) com Hitler, chefe dos nacionais-socialistas».